Data será comemorado pelo Governo na próxima segunda.
Na próxima segunda-feira (2), o Governo do Estado irá comemorar pela primeira vez em Alagoas o Dia de Combate à Intolerância Religiosa, com a realização de um culto ecumênico nos jardins do Palácio República dos Palmares, às 12h.
O culto, que tem como objetivo incentivar o diálogo democrático entre as religiões e combater as mais variadas e disfarçadas formas de preconceito, contará com a presença de representantes das religiões Católica, Espírita, Evangélica e de Matriz Africana.
Na ocasião, representantes de algumas das religiões mais seguidas em Alagoas poderão pregar a importância do diálogo entre as religiões para a busca da paz entre os povos. O representante da Igreja Católica será o capelão católico da Polícia Militar (PM), Padre Epitácio; representando a religião Evangélica, estará presente o capelão evangélico da PM, Pastor Nogueira. E ainda Ricardo Santos, líder da comunidade Espírita e a yalorixá Mãe Miriam, representando as religiões de Matriz Africana.
A data foi incluída no calendário civil do Estado para efeitos de comemoração oficial através de uma lei, assinada pelo governador Teotonio Vilela Filho, e publicada no Diário Oficial do último dia 19. O secretário Chefe do Gabinete Civil, Álvaro Machado, ressaltou a importância de priorizar o diálogo e as relações democráticas em qualquer situação. “Nosso Estado é laico, devemos cultivar a liberdade de crenças e a disseminação do bem na sociedade, a lei apenas confirma a postura do governo de estabelecer ações conciliadoras”, concluiu.
A programação organizada nesta segunda-feira (2), pelo Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té, federações e o movimento das casas de axé, em comemoração ao Dia de Combate à Intolerância Religiosa, tem o apoio da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos. A partir das 16 horas, a Federação Zeladora dos Cultos prestará homenagem aos Babalorixás e Yalorixás, no Instituto Histórico de Alagoas. As mães de santo Celina, Miriam e Dalva e o pai Maciel terão seus nomes colocados em uma placa no local, onde já existem os nomes da Mãe Netinha e tia Marcelina.
De acordo com a gerente do Núcleo Afro-Quilombola da secretaria, Elis Lopes, além de a iniciativa lembrar a Quebra de Xangô, que aconteceu em Alagoas no dia 2 de fevereiro de 1912, com invasões, agressões, destruições de terreiros de Maceió e mortes, a homenagem visa enriquecer a coleção Perseverança, que existe no Instituto Histórico com os resquícios do Quebra de Xangô.
Às 17 horas, haverá o ato "Xangô Rezado Alto – Fomento a integração das casas de axé", na praça 13 de Maio, no Poço, onde já existe uma estátua de Mãe Preta no local. Velas serão acesas simbolizando pedido de paz e de intolerância religiosa. Em seguida, haverá um cortejo afro-religioso pelas ruas de Maceió, contrapondo-se ao ocorrido em 2 de fevereiro de 1912.
A programação terá continuidade na praça Sinimbu, com ato Religioso onde serão entregues flores em memória a todos que sofreram com o QUEBRA de 1912, atividades culturais Afoxé Odô Iyá, Orquestra de Tambores, Omim Morewá, Baque Alagoano e a solenidade oficial em alusão à data.