A melhor maneira de continuar no poder não é focar o poder.
O recente encontro promovido pelo governo federal em Brasília, que reuniu os prefeitos das cidades brasileiras, consumiu algo em torno de R$ 1,8 milhão (segundo fontes do próprio governo). Não haveria crítica por parte da oposição se os temas discutidos tivessem sido de real interesse do país. Pelo contrário, o evento foi uma demonstração de que a eleição de 2010 já começou. Ficou claro que o presidente Lula prepara o lançamento da ministra Dilma Roussef para disputar a sua sucessão pelo PT.
Para um país que atravessa uma grave crise social, com milhões de desempregados e analfabetos, falta de segurança, carência de habitação popular, ausência de urbanização em favelas, enfim, tantas outras dificuldades para serem resolvidas, realizar uma reunião com essa finalidade demonstra que o foco principal é o poder.
Por que não discutir a implantação de novos projetos sociais e sua execução eficaz? Por que não buscar formas coletivas de melhorar o atendimento pelo SUS? Por que não discutir novos projetos que melhorem a educação neste país, como por exemplo, tornar obrigatória a disciplina Empreendedorismo nas escolas de ensino fundamental? Tantas outras questões muito mais importantes foram relegadas.
O PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, tão divulgado pelo governo federal, possui muitos projetos que não saem do papel. Seria uma oportunidade de traçar algumas estratégias que agilizassem a execução dos projetos considerados prioritários.
Cientificamente está provado que a melhor maneira de continuar no poder não é focar o poder e sim dar as respostas que a população necessita. Nisto tem um aspecto a considerar. O povo brasileiro que se beneficia do programa Bolsa Família, está habituado a receber o “peixe”, ao invés de aprender a pescar. O Brasil de hoje vai bem. Mas, e o Brasil do amanhã?