Após um mês de impasse, a presidência da comissão de infraestrutura será disputada no voto nesta quarta-feira (4). Os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Ideli Salvatti (PT-SC) disputarão a preferência dos senadores para presidir a comissão. Nos outros colegiados, a escolha acontece de forma consensual.
Dono da quarta maior bancada na Casa, o PT reivindica a presidência da comissão após PMDB, DEM e PSDB terem feito suas escolhas. O PTB, no entanto, conta com o apoio de PMDB e DEM por ter respaldado a candidatura de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência da Casa contra o petista Tião Viana (AC).
O líder do PT, senador Aloízio Mercadante (SP), lamenta que proporcionalidade não esteja sendo seguida nesta comissão. “Não queremos nem mais nem menos do que o nosso direito. Defendemos o princípio da proporcionalidade”.
Líder do principal partido aliado a Collor, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) afirma que a legenda fez o possível para resolver o conflito. Ele conta que foi cogitado oferecer ao PT a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos ou a liderança do governo no Congresso, cargos que pertencem ao PMDB.
Com o impasse, Collor é favorito para derrotar Ideli devido ao apoio das duas maiores bancadas. “Nós não temos alternativa e temos que honrar o acordo que fizemos para a eleição para a presidência”, diz Calheiros para justificar o apoio a Collor.
A comissão de infra-estrutura é importante por ter o papel de acompanhar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e discutir o marco regulatório da exploração das reservas de petróleo da camada pré-sal.
Outras comissões
Enquanto na comissão de infraestrutura o clima é de guerra, nos outros colegiados da Casa o consenso impera. Os presidentes das três principais comissões já foram eleitos nesta manhã. Demóstenes Torres (DEM-GO) foi escolhido para a Comissão de Constituição e Justiça com apenas um voto contrário.
Na Comissão de Assuntos Econômicos, o ex-presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) também já foi eleito, assim como Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que assume a área de Relações Exteriores.