Em entrevista a imprensa, parlamentar afastado, diz que não vai continuar indo ao parlamento porque é deputado e que podem até prendê-lo por isso.
O deputado estadual afastado Cícero Ferro (PMN) segue dando declarações polêmicas na imprensa, desde que retornou ao parlamento alagoano. Mesmo na condição de afastado, conforme decisão do juiz Gustavo Souza Lima, Ferro diz que vai reassumir o mandato por conta de decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que derrubou a primeira liminar de afastamento.
“Eu vou continuar indo a Assembleia Legislativa, porque sou deputado estadual. Se quiserem me prender por isto, podem prender dez vezes que enquanto a lei estiver do meu lado, eu vou recorrer”, frisou Cícero Ferro, que ainda disse que as ações da Polícia Federal viraram “um verdadeiro Carnaval”.
O deputado estadual afastado – que é acusado de integrar uma quadrilha que desviou mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos – já planeja as coligações para o ano de 2010. De acordo com Ferro, ele vai buscar apoio para eleger o atual senador Fernando Collor de Mello (PTB) governador do Estado de Alagoas, nas próximas eleições. “Eu vou trabalhar para ajudar e se Deus quiser, o Collor será candidato a governador para reerguer este Estado”.
“Sou amigo do Collor e já tive a oportunidade de dizer a ele que a política sem ele não tem graça. Ele vai prestar é um grande serviço ao Estado de Alagoas”, salientou. Cícero Ferro ainda ironizou o possível quadro político para 2010, com Fernando Collor de Mello se candidato ao Governo do Estado com apoio do Partido dos Trabalhadores, já que o senador faz parte da base aliada do Governo Federal.
“Será bonito ver o PT no mesmo palanque. Vê o (deputado) Paulão (PT), que é até meu parente, dizer que o Collor é bom, – porque ele de fato é – contrariando tudo aquilo que eles já disseram antes. Vê o Judson apoiando o Collor”, disse. “Esse povo do PT que vive esculhambando vai ter que dizer que ele é bom, e o Collor é bom”, disse.
Ferro ainda criticou a postura da oposição na eleição da Mesa Diretora dizendo que esta se mostrou fraca. “Eles diziam que tinham nove votos e na hora só teve seis”, disse. O parlamentar afastado analisou ainda que Rui Palmeira (PR) só estava sendo empurrado pela oposição para ser candidato por conta da inexperiência, como se este fato tivesse sendo aproveitado pelos petistas. “O Rui é um menino bom”, disse ainda.
Nem o superintendente da Polícia Federal, José Pinto de Luna, escapou dos ataques de Cícero Ferro. O deputado estadual afastado afirmou que o delegado federal tem dado “palpite demais” no Executivo, “se pronunciando inclusive sobre o quem deve ser eleito no Ministério Público (referência às eleições passadas da instituição)”. “A função do doutor Luna é dirigir a Federal e não dá palpite. Aí ele extrapola as funções”, colocou.