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Pastor Guedes ainda exerce seu ministério

Comemoração de 80 anos será no dia 18, na 2ª Igreja Batista do Tabuleiro.

Divulgação

Pastor Guedes comemora 80 anos de vida e 57 de mnistério

Pastor José Guedes dos Santos, o mais antigo obreiro em atividade na denominação batista alagoana, completa 80 anos no próximo sábado, dia 18. A celebração deverá reunir pastores, amigos e ovelhas que ele pastoreou nas três igrejas às quais serviu desde 1962 em Maceió: Igreja Batista do Farol, Igreja Batista Ebenézer e 2ª Igreja Batista do Tabuleiro, onde exerce atualmente o ministério que iniciou há 57 anos. Seu desejo é ver e abraçar a todos, como revela nesta entrevista.

– A celebração de seus 80 anos foge um pouco à regra das tradicionais festas de aniversário. Por que três dias de programação?

– A minha família tomou a iniciativa de prestar um culto de ação de graças pelos meus 80 anos; uma vida abençoada, pois eu tenho saúde, lucidez, e conservo a capacidade de fazer o trabalho de Deus. O culto será na 2ª Igreja Batista do Tabuleiro. Isso alegrou muito o coração dos meus irmãos da igreja e o meu também, porque eu tenho uma afeição muito grande àquela igreja. A programação começa no sábado, 18, dia do meu aniversário, com um culto dedicado aos pastores, aos amigos e às famílias, às 20 horas. Prossegue no domingo durante o culto normal da igreja, às 19 horas. Na segunda-feira, uma reunião familiar, com a presença de meus filhos Donaldo (maestro Donaldo Guedes, ministro de música da Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo), sua esposa, filhas e genros; Sílvia Nele e Elce Guedes, com seus esposos e filhos.

– Exerce o ministério pastoral há quantos anos e quais as igrejas que pastoreou?

– Fui consagrado em 1952. Meu primeiro pastorado foi na Igreja Batista de Santo Antão/PE, por quatro anos. Depois na 1ª Igreja Batista de Jequié/BA, durante seis anos. Em julho de 1962 cheguei a Alagoas para pastorear a Igreja Batista do Farol, onde exerci meu mais longo ministério (36 anos e meio). Em 1999 fui para a Igreja Batista Ebenézer, em Cruz das Almas. Lá, como pastor e membro, fiquei quatro anos. Há cinco anos estou pastoreando a 2ª Igreja Batista do Tabuleiro, no Loteamento D’uville.

– O senhor deve ser o obreiro mais antigo no campo batista alagoano. Como se sente nessa condição privilegiada em longevidade?

– Sinto-me feliz e honrado! Sou profundamente grato a Deus por me ter usado durante este tempo para fazer a obra que Ele me confiou. Ele sempre supriu as minhas forças para eu cumprir com a minha missão. Tenho trabalhado ininterruptamente durante esses anos. Só me ausentei no período em que fui enfartado e precisei submeter-me a uma cirurgia de coração. Digo como o apóstolo Paulo: ‘Dou graças Aquele que me teve por fiel’, colocando-me no ministério por um período tão longo. Afastei-me da Igreja Batista do Farol no final de 1998, depois de 36 anos e meio de pastorado em tempo integral, não para pendurar as chuteiras, mas por achar que meu tempo ali havia terminado. Tinha em meu coração o desejo de ajudar pequenas igrejas, o que estou fazendo até hoje. Atualmente exerço o ministério em uma igreja que tem feito tremendo bem à minha vida – e à vida de seus membros, também.

– Quem o observa nesses anos todos de pastoreio não têm dúvidas de que o senhor é um obreiro moldado para servir a Deus. O que o levou a tomar essa decisão?

– Essa decisão, eu não tenho dúvidas, advém de uma consciência de chamada. Tenho absoluta certeza que Deus me separou para o ministério desde os meus 16 anos, quando estudava no Colégio Americano Batista, no Recife/PE. Foi uma decisão fortalecida por uma atitude da minha mãe quando eu tinha 15 anos. Eu era o mais novo de seus três filhos e ela decidiu entregar-me a Deus para o exercício do ministério pastoral. Minha mãe tinha muita convicção de que eu seria pastor e passou isso para mim, fortalecendo-me com o mesmo propósito. Desde 1952, quando fui consagrado, tenho procurado exercer meu ministério com a consciência, cada dia mais profunda, de que estou a serviço de Deus por uma decisão Dele.

– Valeu a pena dedicar toda uma vida a serviço de Deus?

– Esta é uma pergunta que mexe com a minha vida interior. Vale a pena, sim! Eu não poderia empregar melhor os dias da minha vida fora da pregação do evangelho de Jesus Cristo. Prego com muito amor e a cada dia eu dou graças a Deus por Ele ter me usado neste trabalho e ter me tornado uma benção na vida de tantas pessoas sobre as quais tenho exercido benéfica influência com a minha vida, com as minhas mensagens e o ministério desenvolvido nas igrejas que tive o privilégio de servir.

– Em todos esses anos de ministério pastoral Deus sempre sorriu para o senhor ou em algum momento Ele pareceu distante?

– (Risos). Deus sempre sorrir para mim. É provável que eu, algumas vezes, tenha deixado de sorrir para Ele. Eu vivi momentos difíceis quando fui enfartado e depois no procedimento cirúrgico a que me submeti. Mas Ele sempre esteve ao meu lado, sorrindo e fazendo-me entender que ‘todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus’, como nos ensina o apóstolo Paulo. Minha saúde foi restabelecida completamente e em todos os meus anos de ministério Ele me abençoou muito acima dos meus merecimentos. Aliás, Deus é sempre assim! Ele supre as nossas necessidades muito além daquilo que precisamos e esperamos. Sou grato a Ele pela maneira como o meu ministério tem sido coroado em todos esses anos.

– Pretende continuar exercendo o pastorado por mais quanto tempo?

– Olha, esta é uma pergunta que a minha família faz sempre e a minha igreja não quer nem ouvir falar sobre isto, por achar que eu vou ficar lá por muito tempo. Tudo, porém, depende dos propósitos de Deus. Enquanto Ele me conceder energia e lucidez, capacidade de administrar e de pregar vou continuar a fazer o que Ele me confiou: ganhar almas para o Senhor Jesus. Eu dou graças a Deus pelos acontecimentos desta semana, pelo culto de ação de graças em celebração aos meus 80 anos. Jamais imaginei que pudesse chegar a esse tempo. Confesso que quando a minha família começou a pensar nessa data, fiquei a imaginar: não é possível que eu tenha chegado aos 80 anos e ainda esteja exercendo o ministério com tanto afinco e dedicação. De modo que eu tenho a dizer que estou nas mãos de Deus. Há um texto no livro de Salmos que diz: ‘Os meus dias estão em Tuas mãos’. E enquanto essa convicção perdurar, eu não tenho porque me preocupar. Aliás, eu nunca me preocupei com o dia de ontem e nem com o dia de amanhã. E deixo o dia de hoje nas mãos de Deus, porque Ele sempre cuida de mim. O que tenho a fazer é estar pronto para realizar a Sua obra.

– Um desejo, simbolizando um presente de aniversário…

– Gostaria de contar com a presença de todos os pastores batistas no culto do dia 18. Devo ser o pastor mais antigo em atividade aqui no Estado, mas não convivi com a maioria deles. Será um presente de Deus poder recebê-los em minha igreja em uma data tão significativa para mim. Gostaria também que estivessem lá os membros das duas primeiras igrejas às quais eu servir aqui em Maceió (Igreja Batista do Farol e Igreja Batista Ebenézer). Deixei de conviver com os irmãos dessas igrejas há alguns anos por força das circunstâncias da vida e, sobretudo, em obediência aos propósitos de Deus. Mas confesso que tenho uma estima muito especial por todos eles e que gostaria de vê-los e poder abraçá-los no próximo sábado na minha igreja.

Quem é

Nome: José Guedes dos Santos
Naturalidade: Caú/PB (cidade litorânea na divisa com PE)
Formação: Bacharel em Teologia – Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil – Recife/PE;
Bacharel em Filosofia – Universidade Federal de Alagoas
Profissão: Pastor evangélico
Estado civil: Casado com dona Luiza Guedes
Hobby: Caminhada

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