Indundações foram provocadas pelas águas de barragem
Com as inundações provocadas pelas águas da barragem de Algodões I, em Cocal e Buriti dos Lopes (PI), mais de 1 mil pessoas passarão a noite ilhadas. Segundo o Corpo de Bombeiros, o acesso às comunidades só pode ser feito por helicóptero, já que as estradas estão cortadas ou bloqueadas com árvores que foram arrastadas pela correnteza.
O major João Costa, do Corpo de Bombeiros, informou que existem localidades em Cocal em que a equipe só chega usando cavalo e, às vezes, a pé. "Não existe mais estrada. Há muitas árvores obstruindo passagem e a opção muitas vezes é usando cavalo e caminhando para prestar socorro aos feridos", disse o bombeiro Costa, que ajuda no resgate das famílias. Neste sábado, a prioridade será o deslocamento de cestas básicas, roupas, remédios e procura por mais desaparecidos.
Foram contabilizados seis mortos e três desaparecidos, segundo dados da Defesa Civil. Os povoados mais críticos são Frecheiras, Angico Branco, Cruzinha e Franco.
A distribuição dos alimentos e remédios ficou dificultada, já que os helicópteros têm pouca capacidade de deslocamento. Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) foi deslocada para essa função, mas está parada em Teresina por falta de combustível. O governo garantiu que o helicóptero estará em operação amanhã.
A Companhia Energética do Piauí (Cepisa) prevê que faltará luz pelo menos por mais dez dias nas cidades de Cocal e Cocal do Alves. A correnteza levou 17 postes e deixou as duas cidades sem energia. A companhia trabalha de forma emergencial para reerguer 2 km de rede de energia.
O prefeito de Cocal, Fernando Sales (DEM), anunciou hoje que abriu uma conta bancária para recebimento de doações destinadas a ajudar as vítimas. As pessoas podem depositar qualquer valor na agência do Banco do Brasil número 1777-9, conta corrente 2009-5.
Ele informou ainda que discute a possibilidade de ceder acampamentos de lona para abrigar as famílias enquanto faz a recuperação das casas. "Ainda temos que avaliar o risco de construir essas casas próximo à barragem, se ela será recuperada. Temos que analisar tudo isso", afirmou Sales.
No Nordeste, o Maranhão registra o maior número de municípios atingidos (108), seguidos pelo Ceará (100), Piauí (41), Rio Grande do Norte (34), Paraíba (34), Pernambuco (25), Bahia (16), Sergipe (10) e Alagoas (19).
No Maranhão, existem 100.092 desalojados e 51.092 estão desabrigados. No Ceará, são 41.495 desalojados e 26.256 desabrigados. Na Bahia, o número de pessoas desalojadas chega a 5.436 e de desabrigados, 2.188. No Rio Grande do Norte, 9.215 desabrigados e desalojados.
Na Paraíba, são 7.530 desalojados e 75 desabrigados. Em Pernambuco, existem 1.934 pessoas que estão desabrigadas ou desalojadas. Em Sergipe, a chuva deixou 795 desabrigados e 737 desalojados. Em Alagoas, 3.595 ficaram desalojados e 1.933, desabrigados.
Na região Norte, é no Estado do Amazonas onde se encontra o maior número de municípios atingidos, 54, com 59.869 pessoas desalojadas e 11.482 desabrigadas. No Pará, são 46 municípios atingidos pela chuva com 11.105 desabrigados. No Amapá, um município foi atingido pela chuva que deixou 40 pessoas desalojadas.
Em Santa Catarina, os danos causados pela chuva atingiram dez municípios e uma população de 3.550 pessoas, deixando 3.333 desalojados e 217 desabrigados.