Vargas Llosa defendeu a democracia em discurso na Venezuela.
O senador João Tenório (PSDB/AL) apresentou requerimento de solidariedade e aplauso ao escritor peruano Mario Vargas Llosa pela defesa intransigente da democracia e repúdio a qualquer manifestação de regime totalitário na América da Sul. O motivo foi o discurso proferido pelo escritor durante um fórum internacional sobre Democracia e Liberdade, em Caracas, na Venezuela, no último dia 28 de maio.
Em seu discurso, Vargas Llosa acusou o presidente venezuelano Hugo Chávez de ter reduzido “as liberdades públicas, a liberdade de imprensa, de mercado e de tudo sobre o que se baseia a cultura democrática” em seu país. Ele enfatizou que a Venezuela não pode correr o risco de se converter numa sociedade totalitária comunista, na “segunda Cuba da América Latina”. Um dia antes, ao desembarcar no aeroporto de Caracas, o escritor havia sido retido pelas autoridades aeroportuárias e advertido de que por se tratar de um estrangeiro, não tinha o direito de fazer declarações políticas na Venezuela.
No requerimento apresentado em plenário, João Tenório lembrou que, a pedido do presidente Hugo Chávez, Llosa aceitou um debate na TV estatal da Venezuela. O debate, no entanto, foi desmarcado pelo próprio presidente venezuelano. O senador enalteceu a coragem e o espírito democrático do escritor peruano, salientando também a importância de sua obra literária e sua atuação contra as desigualdades sociais e a favor da liberdade democrática na América Latina.
O senador observou que Llosa chegou a concorrer à presidência do Peru pelaa Frente Demócrata (FREDEMO), em 1990. Depois de perder a eleição para Alberto Fujimori, o escritor retornou a Londres, onde reiniciou suas atividades literárias e recebeu inúmeros prêmios e condecorações por sua obra.