A Polícia e o Instituto Médico Legal retornaram ao cemitério Divina Pastora para nova etapa de exumações para localizar o corpo de Carlos Roberto Rocha dos Santos, assassinado em agosto de 2004.
Sete meses após a determinação do Secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, da reabertura das investigações para localizar o corpo do servente Carlos Roberto Rocha dos Santos, 31 anos, assassinado em agosto de 2004, a Polícia e o Instituto Médico Legal retornaram ao cemitério Divina Pastora para nova etapa de exumações.
A primeira exumação foi determinada pela Justiça em junho de 2007. Foi também a primeira decepção. O IML constatou que o túmulo estava violado e o corpo – que afirmaram ter sido enterrado no local – não estava lá. A segunda tentativa aconteceu no mesmo período do ano passado. Na ocasisão foram escavadas 12 covas, os restos mortais submetidos a exame de DNA e o resultado foi também frustrante: nenhuma peça encontrada pertencia a Carlos Roberto.
Na manhã desta segunda-feira, 6, o Alagoas24Horas acompanhou o início de mais uma exumação no cemitério. As escavações, segundo determinação do delegado designado para o caso, Valdir Nascimento, devem ocorrer inicialmente na Rua 11, cova 25, onde o IML afirma ter enterrado o corpo, mas podem ser ampliadas. “Eu fui designado para localizar os restos mortais de Carlos Roberto, este é o meu trabalho”, enfatizou.
O pai da vítima, o funcionário público Sebastião Pereira, também acompanhou o trabalho do IML e voltou a falar da via-crúcis para encontrar o corpo do filho e poder, finalmente, realizar o seu sepultamento. Sua luta diária por respostas foi responsável pela condenação de quatro acusados de autoria material do crime: Adézio Rodrigues Nogueira, Leone Lima, Naelson Osmar Vasconcelos e Laércio Pereira. Sebastião também acredita na condenação do vereador Cabo Luis Pedro, pronunciado como autor intelectual do assassinato.
O diretor do IML, Kleber Santana, disse à reportagem que não sabe precisar em quanto tempo sairá o resultado dos exames de DNA realizados nas peças recolhidas hoje no cemitério. O Instituto até o momento não justificou o equívoco, ou negligência, no sepultamento da vítima em um cemitério para indigentes, tal qual seu desaparecimento.
No dia do assassinato e nas semanas seguintes, Sebastião Pereira foi ao Instituto Médico Legal Estácio de Lima e os funcionários negaram que o corpo de Carlos Roberto estivesse lá. Pouco mais de dois anos depois, o pai da vítima teve acesso às fotos da necropsia, que comprovam que o corpo do servente foi levado ao instituto e submetido ao procedimento.
Uma sindicância interna chegou a ser aberta para apurar a responsabilidade pelo ocorrido. “Não foi constatado ocultação de cadáver, nem que o corpo sumiu do cemitério”, dizia o documento ao qual a família e o Alagoas24Horas tiveram acesso. A conclusão acabou gerando ainda mais inquietação. “Se ele não sumiu do cemitério, então onde está o corpo do meu filho?”, questiona Sebastião Pereira.