Presidente da FAF reclama dos dirigentes.
A crise no futebol alagoano tem gerado questionamentos sobre a forma de administração de alguns clubes, como CRB e CSA que se afastaram da elite esportiva e vivem suas piores fases, com derrotas sucessivas e rebaixamento.
Mudanças na direção técnica e contratação de novos jogadores ainda não surtiram os efeitos esperados pelos torcedores e inclusive pelos times. O momento é preocupante principalmente pela falta de credibilidade que eles vêm enfrentando em relação ao torcedor, o que afasta até os patrocinadores.
Em Alagoas, existiam cerca de 70 times atuando no futebol profissional. Porém, alguns deles sobreviviam apenas de apoios políticos, que acabaram e fizeram clubes como Batalhense, Jaciobá (Pão de açúcar), Comercial de Viçosa, Capelense, Ferroviáro, entre outros sairem do cenário de sucesso do futebol alagoano.
Ao contrário do Murici e do Coruripe, que superaram as expectativas até de seus dirigentes.
Atualmente, os times com melhor classificação no Estado estão na terceira divisão – CRB e ASA . Mas, até os anos 80 CRB e CSA representavam Alagoas na primeira divisão do campeonato Brasileiro, já que por pertencerem à capital tinham acesso a mais recursos e consequentemente um histórico de vitórias. Porém, a crise financeira e
a falta de apoio político levou os times ao rebaixamento.
A dificuldade em vencer clubes do interior, que até pouco tempo eram vistos como inferiores, mas que nos últimos anos alcançaram importantes resultados, também tem sido preocupante para os times maceionses.
Neste contexto, as torcidas desempenham um papel relevante – incentivando e indo ao estádio ver o time jogar – e a Federação alagoana de futebol (FAF) promete contribuir para a reorganização dos rebaixados.
De acordo com o presidente da FAF, Gustavo Feijó a situação poderá ser revertida com responsabilidade e campanhas que incentivem novas parcerias.
Ele ressaltou que a crise no futebol alagoano não começou agora e que enquanto pendências trabalhistas e na justiça comum não forem resolvidas, dificilmente será superada.
Para Feijó, a diretoria dos clubes precisa ter os pés no chão, assim como acontece no ASA, que foi elogiado devido a representatividade dos títulos conquistados nos últimos anos.
"O time de Arapiraca é hoje o melhor da série C e tem grandes chances de ir mais longe. CRB e CSA deveriam seguir esse exemplo, reativando sócios e buscando novas parcerias", afirmou.
Feijó destacou que a falta de insdústrias dispostas a patrocinarem os times do Estado também contribui para o rebaixamento, porque sem recursos, há uma queda na qualidade estrutural.
Isso seria um dos motivos pelo qual ainda é impossível comparar o futebol alagoano ao do Sul e Sudeste, onde há grandes investimentos no esporte. Para ele, a má administração é a principal causa para o desastre dos resultados no futebol alagoano.
"Ás vezes os patrocinadores pagam e não têm sua marca divulgada. Isso inibe os investimentos, gera pouca credibilidade. Na hora de conceder uma entrevista os jogadores não têm instruções e falta organização de um lugar adequado para que issoa conteça. É preciso ter essa preocupação, como acontece com grandes times brasileiros. A tocida do CSA tem dado um exemplo de esperança, porque mesmo com o time perdendo comparece massivamente ao estádio. A torcida do CRB também precisa dar apoio, porque eles compram ingressos e têm que pedir como retorno um futebol de qualidade", destacou.
O presidente da FAF disse que ainda é preciso regularizar o pagamento de alguns impostos da federação para que haja uma atuação mais efetiva junto ao futebol alagoano e reconheceu que os times de Maceió poderão se reestruturar, pois têm uma grande quantidade de torcedores.
Sobre a possibilidade de Alagoas sediar treinos da copa do mundo de 2014 ele foi otimista e apostou na intermediação do governo do Estado para que isso aconteça, uma vez que apesar de ter tomado por base a escolha obrigatória de metrópoles, a Fifa abrangerá todo o Brasil.
Feijó acredita que o estádio Rei Pelé daria conta dos jogos, após passar por reformas. As cidades de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá, Brasília, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza e Belém ou Manaus já estão na lista.
Histórico do futebol em Alagoas nos últimos 10 anos
O CRB passou 15 anos na segunda divisão do brasileiro e em 2008 foi rebaixado para a terceira. Coruripe chegou a ser bi-campeão estadual e teve um dos melhores projetos entre os clubes do Estado. Já o CSA foi campeão alagoano em 2008, e acabou sendo rebaixado para a série D.
Como forma de driblar a crise financeira, o governo do estado doou R$ 30 mil ao clube. O ASA, que até pouco tempo não era considerado um grande representante do Estado tem 5 títulos alagoanos nos últimos 10 anos. A receita seria a pouca rotatividade de treinadores e do elenco.
Títulos alagoanos
– ASA: 5 (2000,01,03,05,09)
– Coruripe: 2 (2006,2007)
– Corinthians: 1 (2004)
– CRB: 1 (2002)
– CSA: 1 (2008)