Juiz salienta que ela ainda se encontra no Corpo de Bombeiros por ter direito a recorrer da sentença da 17ª Vara Criminal.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, Omar Coelho de Mello disse que a advogada Mary Any Vieira, condenada por associação ao tráfico, deve cumprir pena no 1º Grupamento do Corpo de Bombeiros, no Santos Dumont, em Maceió, ao invés de ir para o sistema penitenciário do Estado de Alagoas. Mary Any foi transferida do Presídio Santa Luzia para o grupamento na última sexta-feira, dia 10.
“Eu ressalto que em minha opinião pessoal não deveria ser assim. Eu defendo a prisão igual para todo mundo, mas se existe a lei que prevê a sala de estado maior para estes casos, como o de promotores e juízes, ela deve ser cumprida”, salientou Omar Coelho. O presidente da OAB/AL ressaltou que isto ocorre porque o Presídio Santa Luzia não possui celas especiais para receber a advogada Mary Any.
Omar Coelho ressaltou que o governador do Estado, Teotonio Vilela Filho (PSDB), havia prometido a construção de dez celas com suítes para receber este tipo de preso, em condições especiais. “Caso haja este tipo de condição para recebê-la no sistema prisional, aí sim ela pode subir, sem problema algum. Veja bem, a Mary Any era uma advogada criminalista. No presídio, há clientes dela que gostam dela e que não gostam, o que representa um risco, de certa forma”, colocou.
Omar Coelho ressaltou ainda que a advogada responde a um processo na própria Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, que pode acarretar na perda da carteira da Ordem. “Este processo está em andamento. Ela já foi suspensa por 90 dias e será julgada pelo Tribunal de Ética. Eu não posso é dizer que isto resultará em condenação, porque o processo ainda está tramitando”, finalizou. O processo pode ainda alcançar a esfera federal da Ordem dos Advogados do Brasil, conforme Omar Coelho.
O juiz Maurício Brêda – da 17ª Vara Criminal – salientou que Mary Any, apesar de condenada, não perdeu as prerrogativas de advogada. Além disto, Brêda explica que ela pode recorrer à sentença e por isto ainda se encontra na sede do Corpo de Bombeiros. Caso o processo seja transitado e julgado em todas as instâncias e a condenação for mantida, Mary Any deve ir para o sistema prisional, conforme o juiz Maurício Brêda.
O Alagoas24Horas ainda manteve contato com a assessoria de imprensa da Intendência Geral do Sistema Penitenciário. O tenente-coronel Luiz Bugarin disse – por meio da assessoria – que não existe ainda demanda para a construção de dez celas, com suítes, para receber presos em condições especiais. O Alagoas24Horas tentou contato com o comando do Corpo de Bombeiros para saber se há condições físicas do prédio abrigar Mary Any por nove anos, já que não é uma carceragem. Porém, foi informado que o coronel Jadir Ferreira se encontra em reunião. A assessoria, no entanto, confirmou que o grupamento, assim como o quartel-geral, não possuem celas e sim alojamentos.