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Mãe de bebê abandonado do Benedito Bentes é localizada

Doméstica, que tem mais três filhos, negou o abandono e disse que estava procurando a filha desde ontem.

Flávia Duarte/Alagoas24horas

Silvânia negou que tenha abandonado a filha

Após a denúncia do Conselho Tutelar de que uma criança de apenas um ano teria sido abandonada no Complexo Benedito Bentes na tarde desta terça-feira, 14, a mãe da bebê, a empregada doméstica Silvânia Oliveira de Lima, compareceu hoje ao conselho para tentar resgatar a filha, que segundo ela não foi abandonada.

Silvânia disse que trabalha com empregada doméstica e que mora com o marido – que é pintor – e os quatro filhos em um barraco no Conjunto Otacílio Holanda, próximo ao terminal do ônibus do Eustáquio Gomes. As crianças, de pouco mais de um mês, 1, 3 e 8 anos ficam sozinhas, sob a supervisão de uma vizinha, quando a mãe sai para trabalhar. De acordo com Silvânia, o menino mais velho, de oito anos, estaria habituado a sair com a bebê de um ano.

Nesta terça, o menino teria se assustado após ser confrontado por um adulto, que questionou o que ele fazia com uma criança no Terminal do Complexo Benedito Bentes. O menino disse que se assustou e deixou a criança na calçada. Questionado se mendigava, o menino disse que não pedia, mas que as pessoas se comoviam com a bebê chorando e davam dinheiro.

O menino disse, ainda, que saiu de casa pela manhã com a irmã e depois de perdê-la ficou com receio de voltar para casa, retornado apenas à noite. A mãe das crianças, por sua vez, afirmou que refez o caminho percorrido pelos filhos para encontrar a bebê, mas não acionou a polícia nem o conselho tutelar. A doméstica teria sido informada que a filha estava na Casa de Adoção Rubens Colaço pela imprensa.

O conselheiro tutelar Silvano Barbosa disse que a bebê não será devolvida imediatamente à mãe. Uma equipe multidisciplinar deverá se encaminhar à casa da doméstica, onde avaliarão a situação das demais crianças e entrevistará vizinhos para saber se há histórico de abandono e maus-tratos. Apenas em caso negativo, a bebê será devolvida à família, que será reavaliada quinzenalmente.

Informações fornecidas por Silvânia dão conta que nenhuma das crianças estuda ou está matriculada em creche. Perguntado o que a mãe fez quando chegou em casa sem a irmã, o menino de oito anos disse que ela “foi orar para Deus trazer a filha dela de volta”.