Categorias: Polícia

Delegado acha ‘improvável’ crime por engano de advogado mineiro

A hipótese surgiu após a revelação da promotora Marluce Falcão de que Antonio Wendel Guarnieri, envolvido no caso Gil Bolinha, teria afirmado que foi contratado por R$ 20 mil para executar uma autoridade alagoana.

O delegado Paulo Cerqueira, da Diretoria Especial de Investigação e Captura (DEIC) da Polícia Civil, disse considerar improvável a hipótese de que o advogado mineiro Nudson Harley Mares de Freitas, de 46, assassinado no bairro de Mangabeiras, no dia 3 de julho, tenha sido morto por engano.

Nudson Freitas foi morto com vários disparos de arma de fogo quando falava em um telefone público, por volta das 19h30, na calçada de uma farmácia localizada na Avenida João Davino. O advogado estava em Alagoas há 20 dias como inspetor de qualidade da construtora OAS.

A hipótese surgiu após a revelação da promotora Marluce Falcão – em entrevista coletiva – de que Antonio Wendel Guarnieri, envolvido no caso Gil Bolinha, teria afirmado que foi contratado por R$ 20 mil para executar uma autoridade alagoana.

Para o crime, Guarnieri teria afirmado que receberia uma motocicleta e duas pistolas .40. Com a divulgação do diálogo, o ex-juiz da Vara de Execuções Penais, Marcelo Tadeu, que estava nas imediações no dia do crime, sugeriu que poderia ser o verdadeiro alvo dos assassinos e que teria sido informado por uma testemunha que um dos assassinos teria dito que houve ‘um engano’ durante o crime.

O delegado, no entanto, considera a possibilidade remota. "As investigações estão avançadas e já temos o nome de um suspeito", afirmou o delegado. Este suspeito teria sido identificado por meio de denúncia anônima. Cerqueira disse, ainda, ter colhido o depoimento de várias testemunhas que presenciaram o assassinato e nenhuma delas teria ouvido os assassinos falarem que foi engano.

“Os assassinos têm perfil de profissionais. Utilizaram uma motocicleta de cor escura, sem placa, roupas escuras, sem identificação, além de capacetes em que não possível ver os rostos. Os assassinos ainda teriam passado pela vítima, estacionado a cerca de três metros, se aproximado a pé, efetuado um tiro na perna – enquanto o advogado estava em um orelhão – e os demais já com a vítima no chão. Isso não parece um crime por engano”, avalia o delegado.

Cerqueira afirmou que já conversou com o juiz Marcelo Tadeu e que deverá voltar a falar com ele, para saber se ele consegue identificar o funcionário que disse que os assassinos teriam dito que era engano. “Temos uma linha de investigação concreta, mas não vamos descartar qualquer denúncia, sobretudo no que diz respeito a uma autoridade como o juiz Marcelo Tadeu, cuja função é de risco”, explicou ainda Paulo Cerqueira.

O delegado disse que várias pessoas já prestaram depoimento, como o gerente da farmácia onde está instalado o telefone público, funcionários do hotel onde o advogado estava hospedado, além de amigos da vítima. “A Polícia Civil está trabalhando e vai prender os assassinos”.

Quem tiver informações sobre este caso pode entrar em contato com a PC pelo telefone 0800-284-9390 ou 181. A denúncia pode ser anônomia.