Cerca de 1000 camponeses acamparão em Maceió.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT-AL) realizará a celebração dos 25 anos de serviços prestados às famílias camponesas nos dias 23 a 25 de julho de 2009, na Praça Afrânio Jorge (Praça da Faculdade), no bairro do Prado em Maceió-AL. Aproximadamente 1000 camponeses e camponesas ficarão acampadas no local para participar da programação que engloba atividades de cunho religioso, de cidadania e político-cultural.
No primeiro dia, acontecerá um ato reflexivo na favela Sururu de Capote sobre as consequências do êxodo rural e a doação de 5 mil quilos de alimentos (feijão, farinha, macaxeira, banana, laranja, etc) oriundos das áreas de assentamentos acompanhados pela CPT, que serão entregues para as famílias que moram de forma precária na favela e são vítimas da expulsão do campo.
Na área de formação, acontecerão vários debates sobre as ações desenvolvidas em Alagoas, e também, terá a palestra “Atualidade da Reforma Agrária e a Missão da CPT”, com o coordenador nacional da CPT, Pe. Hermínio Canôva – sociólogo que trabalha a questão da teologia da terra para leigos e seminaristas; especialista na questão agrária no Nordeste a atuante na Arquidiocese de João Pessoa (PB).
Outro ponto importante da programação será a doação coletiva de sangue; a audiência com o Governador Teotonio Vilela Filho, onde serão exibidos slides com os fatos marcantes ao longo da trajetória da CPT no Estado e a entrega da pauta de reivindicações. Também serão realizadas atividades culturais como a exibição do documentário “Do bagaço à liberdade” produzido pela CPT nordeste que retrata a saga dos canavieiros e aponta a reforma agrária como saída, além da apresentação de um trio forrozeiro. O encerramento será marcado com a celebração de uma missa de Ação de Graças pelos 25 anos em praça pública.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) teve início no ano de 1975 em Goiânia, em um período de silêncio e brutalidade impostos pelo regime militar. A inspiração dos Bispos católicos criou um organismo ecumênico capaz de compreender os camponeses e assessorar suas lutas por terra, direitos e liberdade, além de incentivar seu protagonismo.
Em Alagoas a CPT surgiu no ano de 1984, a realidade de miséria oriunda da monocultura da cana de açúcar, as milícias e a pistolagem exigiam uma ação pastoral forte para superar os obstáculos duros que impediam e ainda impedem os camponeses de se organizarem. Atualmente a CPT-AL acompanha 1.525 famílias camponesas distribuídas em 40 áreas: 15 assentamentos e 25 acampamentos, nas regiões da zona da mata, litoral norte, agreste e sertão.