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Lagoas de Piaçabuçu são repovoadas

Foram inseridos 400 mil alevinos.

Assessoria

400 mil alevinos foram distribuídos nas lagoas de Piaçabuçu

As lagoas Vargem Grande, Poço D’Água, Mãe D’Água e Taboa, situadas na zona rural do município de Piaçabuçu (AL), receberam nesta quinta-feira, 23 de julho, cerca de 400 mil alevinos de espécies nativas do rio São Francisco, beneficiando cerca de mil pescadores artesanais. A ação integra o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, desenvolvido em Alagoas pela 5ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Os espelhos d’água agora passam a contar com um incremento de espécies como matrinxã, curimatã-pacu e Piau, que irão proporcionar aos pescadores artesanais a retirada da alimentação familiar e a geração de renda proveniente da venda do pescado, motivo de comemoração para os principais beneficiados. “Sou pescador aposentado, mas como a renda não é grande, eu continuo a pescar. Nos últimos tempos, os peixes estavam desaparecendo da lagoa. Acredito que agora a pescaria melhore”, saudou Gileno Félix, 65 anos, e exercendo a profissão há mais de cinquenta anos.

José Nilton Santos, 35 anos, também comemorou o aumento na quantidade de peixes nas lagoas de Piaçabuçu. “Eu me criei nessas lagoas, pescando com meus pais. Quero é ver mais peixes para que possamos ter nosso sustento”, declarou. Ele ainda fez questão de reforçar que em sua família todos sobrevivem da pesca na lagoa e no Rio São Francisco, “inclusive as mulheres”, pontuou.

As crianças da Escola Municipal Moacir Andrade no bairro da Paciência ficaram agitadas assim que souberam que haveria a liberação de peixes nas logoas de Piaçabuçu. “Todos estavam ansiosos para ver os peixes ainda pequenininhos, mas como alguns tiveram mal comportamento durante a semana, eu tinha desistido de levá-los. No entanto, hoje de manhã, quando eles chegaram na escola, souberam que não viriam mais e começaram a chorar. A partir daí, nós avaliamos a importância de colocarmos em contato com o trabalho dos pais deles, já que a maioria são filhos de pescadores. O resultado foi bem produtivo, pois eles repassam em casa que se deve esperar esses peixes crescerem para poder pescá-los”, explicou Marinilde Fontana, professora do 2º ano do ensino fundamental.

O prefeito de Piaçabuçu Dalmo Santana Júnior agradeceu à Codevasf pela parceria. “Identificamos a necessidade de repovoar nossas lagoas para que a população que sobrevive da pesca não tivesse prejuizo. Assim, fizemos o pedido à Codevasf e fomos logo atendidos”, afirmou.

Já o superuintendente regional da Codevasf em Alagoas, Antônio Nelson de Azevedo, lembrou da importância das ações de peixamento para o desenvolvimento das cidades que integram o vale do São Francisco alagoano. “O repovoamento das bacias hidrográficas que integram o vale é um compromisso da Codevasf. Essa é a primeira vez que fazemos peixamento nas lagoas marginais de Piaçabuçu e já estamos satisfeitos com a possibilidade de gerar renda e garantir a sobrevivência dessa atividade social e culturalmente tão importante para a região como é a pesca artesanal”, declarou.

Os peixamentos de alevinos juvenis de espécies nativas são realizados pela Codevasf no curso do rio São Francisco, em lagoas marginais, açudes públicos e comunitários com o obejtivo de inclusão social do homem do campo. Essas ações são executadas a pedido do poder público ou de associações e cooperativa na região do vale do São Francisco alagoano, que é formada por quarenta e nove municípios, com uma população de mais de 1 milhão de habitantes em um território que corresponde a 53% do Estado.

Somente no ano de 2008, em ações da Superintendência Regional da Codevasf em Alagoas, foram colocados nas águas do baixo São Francisco mais de 7 milhões de alevivos juvenis.