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Cuba enfrenta escassez de papel higiênico

Falta matéria prima suficiente para a produção do papel.

Em meio a uma séria crise econômica, Cuba está enfrentando escassez de papel higiênico e pode não ter o suficiente para atender à população até o final deste ano, disseram fontes de empresas estatais nesta sexta-feira.

As autoridades dizem reduzir os preços de 24 produtos básicos em reação à crise global financeira e aos três violentos furacões no último ano.

Cuba importa e produz papel higiênico, mas atualmente não tem matéria prima suficiente para a produção.

As reservas financeiras do país ficaram esgotadas devido ao maior gasto com importações e à redução da renda com exportações, o que obrigou o governo comunista a tomar medidas excepcionais. Uma delas é um corte de 20% nas importações, o que nos últimos dias se tornou evidente na redução da oferta de produtos nas lojas estatais. Cuba importa cerca de 60% dos seus alimentos.

Apesar da escassez, os preços serão reduzidos entre 5% e 27% para alguns alimentos, medicamentos e produtos de higiene pessoal, segundo autoridades.

Uma visita a uma loja no bairro do Vedado, nesta sexta-feira, mostrou uma queda nos preços de maionese, molho para churrasco e lula enlatada. Um cliente que se identificou como Pedro disse que "não parece que os preços caíram para os produtos fundamentais", como o óleo de cozinha.

Ana María Ortega, subdiretora do conglomerado varejista TRD Caribe, administrado pelos militares, disse que não haverá escassez de produtos essenciais. "As condições estão em vigor para manter a oferta de produtos essenciais", disse ela no mesmo programa de rádio.

Os cubanos recebem uma ração subsidiada de alimentos do governo a cada mês, mas dizem que essa quantidade alcança para apenas duas semanas. O presidente Raúl Castro disse na semana passada à Assembleia Nacional que o governo cortou os gastos orçamentários pela segunda vez no ano e tem negociado seus débitos e gastos com fornecedores estrangeiros.

Cuba tradicionalmente atribui seus problemas econômicos ao embargo norte-americano, mas desta vez diz também que os furacões do ano passado, que provocaram prejuízos de 10 bilhões de dólares, obrigaram o governo a gastar mais na importação de alimentos e compra de materiais para a reconstrução.