Seagri terá recursos para melhorar cadeia produtiva em Alagoas.
Um projeto da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) que vai incentivar o cultivo do sorgo para uso na alimentação de ovinos e caprinos foi aprovado por um edital do Banco do Nordeste. O projeto foi submetido a uma concorrência nacional e, em breve, deverá receber R$ 28 mil do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundeci).
O edital selecionou em todo o país 25 projetos ligados a caprinos e ovinos, dos quais dois em Alagoas. O outro projeto que deverá receber apoio é da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e trata da implantação de núcleos de caprinos no Sertão.
“Diante do crescimento dos rebanhos e do interesse dos pequenos agricultores, é preciso oferecer condições e tecnologias adequadas para a ampliação do setor, por isso resolvemos desenvolver o projeto”, conta o pesquisador Fernando Gomes, da Diretoria de Pesquisa Agropecuária e Desenvolvimento Rural (Dipap) da Seagri.
A atividade da ovinocaprinocultura apresenta um elevado crescimento no contexto da pecuária brasileira, quer pelo aumento dos rebanhos, quer pelo aumento das propriedades envolvidas nesse setor. Em Alagoas não é diferente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1995 o rebanho de ovinos no Estado era de 89.933 animais. Em 2006, esse número já era de 132.431 animais. Em 1995, os caprinos somavam 22.136, e em 2006 já eram 33.744.
De acordo com Fernando Gomes, o sorgo é mais resistente aos períodos de seca do que o milho, por isso deve ser utilizado como item da alimentação de caprinos e ovinos. Mas ainda não é isso o que acontece. “Os produtores ainda usam muito o milho e a palma e, muitas vezes, quando chega o verão e eles não têm o que oferecer de alimento, vendem os animais”, explica o presidente da Associação dos Criadores de Ovinos, Teodorico Araújo.
Intitulado “Utilização do Sorgo Forrageiro na Produção e Conservação de Forragem para Alimentação de Ovinos e Caprinos no Semiárido Alagoano”, o projeto desenvolvido pela Dipap vai trabalhar com o sorgo do tipo SF-15, variedade já estudada no Estado há cerca de seis anos. “Pelas suas características de tolerância a situações adversas de clima, solo, pragas e doenças, o sorgo apresenta-se como uma alternativa em relação ao milho que necessita de condições mais favoráveis, principalmente de umidade para completar o seu ciclo de vida”, explica Fernando Gomes.
Em todo o Estado, pelo menos 40 municípios já cultivam o sorgo, mas em quantidade insuficiente para alimentação dos rebanhos no período de estiagem. Segundo o pesquisador, o projeto vai propiciar e demonstrar a rentabilidade da silagem do sorgo, disponibilizar materiais melhor adaptados às condições de falta de água, apresentar e difundir aos produtores novas formas de armazenamento e conservação de volumosos.
“Com a garantia de alimentação, em breve haverá maior produção de carne e de leite de ovinos e caprinos”, lembra Teodorico Araújo, da Associação dos Criadores de Ovinos.
Além do pesquisador Fernando Gomes, que é o coordenador do projeto, os trabalhos contam com o apoio de mestres e doutores em reprodução e nutrição animal, produção animal e vegetal, um técnico agrícola e um zootecnista e dos laboratórios da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Agropecuário de Pernambuco (IPA).