Diagnóstico precoce facilita a cura.
Durante a reunião promovida pelo Grupo de Pré-Núcleo do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), a situação epidemiológica da doença foi apresentada pela coordenadora estadual do Programa de Controle e Eliminação da Hanseníase, Clodis Tavares. O evento aconteceu nesta quinta-feira, no auditório da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e contou com a participação de professores e alunos de medicina e enfermagem.
A palestra abordou a importância da prevenção e do tratamento precoce da hanseníase, causada pelo bacilo mycobacterium lepra e que afeta os nervos e a pele. A coordenadora também chamou atenção para implantação nas unidades básicas de saúde de busca ativa de casos, por meio do Programa de Saúde da Família (PSF) para o diagnóstico precoce. Ela ressaltou que o Brasil ocupa o segundo lugar quanto à detecção da hanseníase, perdendo, apenas, para a Índia. Já em Alagoas, no entanto, a doença atinge 13 há cada mil habitantes, índice considerado alto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Em Alagoas temos nove municípios prioritários para a hanseníase, por registrarem 75% dos casos detectados e concentrarem 76% da população”, explicou Clodis Tavares, informando que no período de 2001 a 2008, foram diagnosticados 3.432 casos, com uma média de 400 casos novos a cada ano.De acordo com a coordenadora, a Secretaria de Estado da Saúde vem produzindo materiais educativos para divulgação dos sinais e sintomas da doença, além de prestar assessoria técnica aos municípios.
“Estamos trabalhando no sentido de conscientizar a população sobre a necessidade de realizar o diagnóstico precoce, já que no ano passado foram detectados 38.982 casos de hanseníase no Brasil, concentrados em 1.173 municípios, dentre os quais os municípios Arapiraca, Coruripe, Delmiro Gouveia, Penedo, Pilar, Rio Largo, Santana do Ipanema, União dos Palmares e Maceió”, ressaltou.Transmissão – A hanseníase é transmitida por gotículas de bacilo e a contaminação ocorre por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva. O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos e um dos primeiros efeitos da doença, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado.