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Brasil vence o Chile com três gols de Nilmar

Seleção mantém liderança nas eliminatórias sul-americana.

Reuters

Nilmar foi o grande nome do jogo ao marcar três vezes

Companheiro de quarto de Luís Fabiano, o atacante Nilmar substituiu o amigo à altura nesta quarta-feira, no estádio de Pituaçu. Foram dele três gols da seleção brasileira na vitória por 4 a 2 sobre o Chile. O meio-campista Júlio Baptista completou o placar, e Humberto Suazo descontou para os visitantes.

Classificado antecipadamente para a Copa do Mundo, o Brasil ampliou a sua vantagem na liderança das Eliminatórias e passou a somar 33 pontos ganhos. O Chile, por sua vez, desperdiçou a oportunidade de assegurar uma vaga no Mundial. Continua com 27 pontos, agora no terceiro lugar. As Eliminatórias terão sequência em outubro, quando o Brasil visitará a Bolivia e o Chile receberá a Colômbia.

O clima entre brasileiros e chilenos foi amistoso durante toda a Semana da Pátria. Embora tenha vaiado qualquer manifestação mais entusiasmada da torcida adversária no estádio de Pituaçu, os baianos também aplaudiram a execução do hino do país visitante. O respeito entre as equipes foi diferente quando a partida começou.

O Chile não levou em consideração a boa fase da seleção brasileira para se lançar ao ataque nos primeiros minutos de jogo. Diante de um rival desfalcado de suas estrelas, a equipe comandada pelo argentino ”El Loco” Bielsa investia contra o gol defendido pelo goleiro Júlio César de maneira desorganizada. Não chegou a assustar a torcida brasileira.

A maioria do público logo encontrou bons motivos para se levantar. O Brasil repetia a estratégia que deu resultado contra a Argentina para incomodar os chilenos. Autor de um gol de cabeça na rodada passada, o zagueiro Luisão aproveitou novamente a jogada aérea aos seis e aos sete minutos. Só não marcou porque a defesa visitante interceptou em cima da linha.

Os dois maiores ídolos dos torcedores locais também estavam bem na partida. Surpresa na escalação de Dunga, o baiano Daniel Alves era o principal armador das jogadas ofensivas do Brasil. Quem as concluía era o centroavante Adriano, ovacionado pelos baianos, que aproveitava o seu porte físico para superar a marcação chilena.

Na defesa, no entanto, o Brasil ainda era irregular. O volante Felipe Melo, por exemplo, errou um passe no meio-campo e quase fez uma assistência para o gol do Chile. A irritação com o lance fez Dunga chutar uma garrafa d”água à beira do gramado. Seu colega Marcelo Bielsa pulou de euforia.

Aos 31 minutos, as reações dos treinadores se inverteram. Daniel Alves levantou a bola na área, e Nilmar se esticou para completar para o gol. Dunga vibrou. Bielsa se sentou. E a cena quase se repetiu quando Adriano driblou o goleiro Claudio Bravo, mas perdeu o ângulo e finalizou em cima de Waldo Ponce.

Não demorou muito para o Brasil ampliar. Aos 40 minutos, depois que Júlio César fez ótima defesa em conclusão de Matías Fernández, Nilmar fez um desarme e passou para Daniel Alves. A bola chegou a Júlio Baptista, que acertou o canto: 2 a 0. Foi o estopim para os gritos de "olé" ecoarem no estádio de Pituaçu.

Marcelo Bielsa, então, ficou de cócoras para assistir à partida. A pose habitual do treinador argentino pareceu dar sorte ao seu time. Alexis Sánchez foi derrubado por Felipe Melo dentro da área aos 45 minutos. Pênalti. Humberto Suazo cobrou com força para converter.

Apesar do gol marcado no final do primeiro tempo, Bielsa decidiu modificar a sua equipe no intervalo. Trocou Arturo Vidal por Cereceda. O brasileiro Felipe Melo foi o próximo a deixar o campo, porém por expulsão. O volante cometeu falta desleal em Sánchez e recebeu o cartão vermelho aos quatro minutos.

O Chile soube aproveitar o momento. Logo em seguida, aos seis, Jean Beausejour cruzou na área para Suazo marcar o seu segundo gol e empatar o confronto. A festa da torcida brasileira acabou. Foi substituída por gritos de "vergonha". Antes que a situação piorasse, Dunga sacou Adriano, Júlio Baptista e André Santos para as entradas de Diego Tardelli, Sandro e Elano.

O Chile também mudou. O ex-palmeirense Valdívia e Isla ocuparam os lugares de Suazo e Rodrigo Millar. Para aplausos da torcida chilena, que já devolvia os gritos de "olé" ao assistir à troca de passes de sua seleção. A alegria do público visitante, contudo, não durou muito.

Aos 28 minutos, Nilmar desviou um cruzamento de Maicon e recolocou o Brasil à frente no marcador. Bastou dois minutos para a bola entrar outra vez, em jogada com participação dos dois atletas. O lateral direito chutou forte, o goleiro Bravo defendeu com as pernas e o atacante aproveitou o rebote para ampliar: 4 a 2.

Até mesmo a desvantagem numérica foi revertida. Sánchez reclamou da arbitragem e também foi expulso. Aos berros provocativos de "adeus, Chile", o Brasil passou a administrar o resultado e a esperar o término do jogo.

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