Decisão foi tomada durante assembleia realizada em Maceió.
Policiais federais de vários Estados do país, reunidos em Maceió, decidiram hoje realizar uma greve de advertência no dia 30 de setembro, em todo o Brasil. “Será um ato nacional pelo reenquadramento dos policiais da terceira classe”, afirmou Marcos Vicício Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).
Segundo o sindicalista, a proposta da greve de advertência já vinha sendo trabalhada pela diretoria da Fenapef, mas foi definida nessa assembléia geral extraordinária que a Federação realiza em Maceió, com todos os presidentes de sindicatos de policiais federais do País.
De acordo com Wink, o movimento pretende pressionar o governo a corrigir a injustiça cometida contra os policiais federais que ingressaram no na Polícia Federal no último concurso e foram enquadrados em uma classe inferior daquela para a qual fizeram o concurso.
”No dia 8 de setembro, nos reunimos com o ministro da Justiça Tarso Genro. Na oportunidade, o ministro se declarou favorável ao reenquadramento, e se comprometeu em remeter um documento ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão reafirmando o entendimento do Mistério da Justiça, mas até agora o reequadramento não saiu do pepel”, informou o presidente da Fenapef.
“No Ministério da Justiça, o reenquadramento, assim como foi proposto pela Fenapef, já é ponto pacífico. Nosso movimento tem o objetivo de fazer valer este entendimento para o restante do governo”, afirmou Marcos Wink.
O presidente da Fenapef disse ainda que o reenquadramento dos policiais é a “prioridade número 1” da Federação. Ele destacou que durante as negociações da Lei Orgânica o texto foi recebido pelo Ministério que se comprometeu com seu encaminhamento. “Vamos fazer um grande movimento de todos os policiais federais e com a participação em massa dos ocupantes da 3ª Classe”.
Para o presidente do Sindicato dos Policias Federais de Alagoas (Sipofal), a luta pelo reenquadramento encontrou um apoio muito grande na base da categoria, que luta para corrigir essa injustiça. “Quando o policial é faz o concurso está disputando um cargo de segunda categoria, porque quando ele entra é enquadrado como de terceira?”, questiona Venerando.
Segundo ele, essa distorção interfere na auto-estima dos policias, não estimula a categoria e provoca prejuízo financeiro. “Um policial de terceira classe recebe em média menos R$ 300,00 por mês, em comparação com a remuneração do policial de segunda classe”, afirmou Venerando.
De acordo com o sindicalista, na pauta da assembléia da Fenapef, além do ato nacional pelo reenquadramento dos novos policiais, os sindicalistas discutem a Lei Orgânica da PF e um novo modelo de carreira; as deliberações da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (CONSEG); a proposta de cartório único e outros temas.