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Projeto discute exportação de fumo para China

Cerca de 70 propriedades foram cadastradas.

O projeto de exportação do tabaco alagoano para a China volta a ser discutido, nesta terça-feira (06). Em reunião com o Ministério da Agricultura e representantes do setor produtivo, a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) vai definir as próximas ações para consolidar o Estado como zona livre do mofo azul.

A comprovação da não ocorrência da praga é fundamental para que a negociação com a China seja estabelecida. "Estamos tentando o reconhecimento internacional de área livre de mofo azul. É um projeto de grande importância para a fumicultura e, que vai fortalecer a agricultura familiar da região", enfatiza Hibernon Cavalcante, diretor presidente da Adeal.
Para comprovar a não existência da praga, uma das principais enfermidades da cultura do tabaco, a Adeal realizou, em setembro, um levantamento das plantações de fumo no agreste.

Cerca de 70 propriedades, em 11 municípios, foram cadastradas e inspecionadas no trabalho, que contou com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura de Arapiraca, Capa e Ermor.

"Não encontramos evidências de Mofo Azul. Sabemos que a região não possui essa praga mas, para fins de exportação e reconhecimento de área livre, é preciso comprovar através de levantamentos", explica Eduardo Lino, engenheiro agrônomo da Adeal.

Além de cadastro e georreferência da propriedade, durante o levantamento foram colhidas amostras das plantas. "Foram coletadas cerca de 40 amostras, que serão encaminhadas ao laboratório da Universidade de Santa Cruz (RS) para ser feito o diagnóstico fitossanitário", descreve Maria Rufino, gerente de Defesa Vegetal da Adeal.

O tabaco em Alagoas
O tabaco é uma das principais atividades econômicas do agreste alagoano. Cerca de 4000 famílias de pequenos agricultores sobrevivem da cultura na região, que exporta, por ano, aproximadamente 700 toneladas de tabaco.
A perspectiva de um novo mercado anima os produtores.

"A venda está muito defasada. Nem sei se vou plantar fumo no ano que vem. Mas se a exportação pra a China der certo, pode ser a redenção do fumo da região", diz o produtor Iranildo Lemos de Souza, que planta tabaco há 30 anos.

A reunião, acontece na Unidade Local da Adeal, em Arapiraca, a partir de 9h.