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Baterista do Police fala sobre autobiografia

O americano conta tudo em seu novo livro, “Strange Things Happen.

Stewart Coperland, o maníaco beat-keeper do Police, escreve livros da mesma forma que toca sua bateria – é tudo ritmo e provocação, atirando primeiro e pensando depois. O americano de 57 anos conta tudo em seu novo livro, “Strange Things Happen”, tecendo um turbulento documentário de viagens – que inclui desde de escapadas de leões no Congo e até vitórias em partidas de pólo contra o Príncipe Charles.

Sem sombra de dúvida, porém, o ponto alto de seu livro de memórias envolve seu relacionamento volátil com seus parceiros de banda, os ingleses Andy Summers e aquele outro cara. Em uma prosa rica em detalhes suculentos, ele se refere a Sting como “Holandês Voador”, “Leão de Judá” e “Capitão Queeg” – tudo isso em um trecho de menos de 100 palavras. De tão inadequado, chega a ser hilário.

Apesar disso, Copeland adora seus companheiros do Police, ou pelo menos foi isso que ele disse. Leia, a seguir, um trecho da conversa:

Depois de ler o seu livro, Stewart, temos bastante certeza de que você gosta de pisar no calo das pessoas.
Eu gosto mesmo de pisar no calo das pessoas! Mas, faço isso com amor em meu coração. Gosto de tirar as pessoas do sério. E, uma vez ou outra, talvez eu passe um pouco do ponto.

Você gosta de pegar no pé do Sting.
É mesmo, essa é minha missão de vida, esse é meu trabalho. Ele também gosta de me tirar do sério! E se não fosse por nós dois, o Police não seria o que é.

Em seu livro, você oferece alguns relances da confusão por detrás das cortinas durante a última turnê de reencontro da banda, especialmente um famoso show desastroso em Vancouver. Você magoou o Sting e o Andy quando colocou informações sobre tais contratempos na internet?
Com certeza.

Eles te perdoaram?
Não. Eles compreenderam que era apenas o Stewart sendo o Stewart. Eu sou meio o cara do barulho na banda. No Police, o ambiente não é muito confortável, não é um ninho aconchegante. Colocamos pressão um no outro. Você tem de deixar seu ego do lado de fora da porta, pois você vai ser detonado por aqueles dois filhos da p—.

Eles demonstraram alguma reação ao livro?
Ainda não. Não consigo imaginar que Sting vai lê-lo. Ele nunca assistiu a meu filme [o DVD "Everyone Stares: The Police Inside Out"]. Ele vai ler todas as partes do livro, exceto as que são sobre ele. Ele é completamente alérgico a ler qualquer coisa sobre ele ou ver fotos deles.

Então ele não é um daqueles egocêntricos cheios de si?
De forma alguma, o Sting não tem nada disso. Ele não é aquele cara que muita gente pensa que ele é. Ele é uma pessoa sem um pingo de afetação, a pessoa menos vaidosa que você poderia imaginar. Ele é real, é pura música. E ele também é melancolia. Ele nasceu com uma química cerebral que não o faz um cara feliz. Mas, acho que dessa melancolia vem sua grande arte.

Então, a pergunta que não quer calar: algum dia haverá um novo álbum do Police? E quanto a uma turnê?
Um novo álbum, provavelmente não. Eu odeio entrar no estúdio para gravar bateria. E a versão mais dolorosa de algo que eu já odeio fazer é entrar no estúdio com o Police. É incrível subir no palco com aqueles dois filhos da mãe, eles são monstros da música. Mas, entrar no estúdio sem aquelas 80.000 pessoas vibrando com a gente é um verdadeiro inferno

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