Governador do DF é acusado de pagar propina a aliados.
Pressionado internamente, o comando nacional do Democratas prepara a desfiliação e futuramente a expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). "Existe um fato e denúncias. Contra fatos e denúncias o combate são fatos e não versões", disse o senador Demóstenes Torres. "É assim que funciona. Vamos dar ao governador o espaço que ele precisa para se explicar. Aguardamos a defesa dele, mas grande parte do DEM pensa na desfiliação e até na expulsão."
Acusado de coordenar um suposto esquema complexo de corrupção, Arruda vai se explicar amanhã, às 14h, à cúpula de seu partido sobre as denúncias. Ele passou este domingo telefonando para os colegas de partido. Segundo o senador, Arruda afirmou que as imagens são do período da sua campanha de 2006, quando recebia recursos para repassar aos que trabalhavam com ele. De acordo com as explicações do governador, tudo foi relatado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e também ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No Twitter, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), avisou que, se for constatada irregularidade, haverá punição. "O Democratas não vai se portar como o PT. Se houve erro, haverá punição, de acordo com o que uma democracia prevê", afirmou. "O Democratas exige seriedade sempre. Não vamos empurrar nada para baixo do tapete."
Outros líderes do DEM afirmaram que a tendência na legenda não é favorável a Arruda, mas que aguardam as explicações do governador para evitar possíveis injustiças. Segundo as apurações da Polícia Federal, cerca de R$ 600 mil foram arrecadados de empresas privadas que mantêm contratos com o governo do Distrito Federal. Depois de uma nota oficial, informando que aguarda as explicações de Arruda, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que espera a reunião com o governador para manifestar-se.
Os principais líderes do DEM foram a Brasília para analisar o assunto. A questão foi potencializada com a divulgação de imagens nas quais Arruda aparece recebendo dinheiro supostamente destinado ao pagamento de propina.