José Wanderley evitou comentar as alianças políticas para uma reeleição de Vilela.
O vice-governador do Estado de Alagoas, José Wanderley Neto (PMDB) disse – durante uma solenidade de inauguração da Central de Transplantes do Estado de Alagoas – que os crescentes índices de criminalidade não podem ser visto apenas como “questão de polícia, ou apenas como responsabilidade do Governo”.
De acordo com Wanderley Neto, a administração estadual tem estado empenhada – tanto com a pasta da Defesa Social, como com políticas integradas – para reduzir a violência em Alagoas. “No entanto, a questão é complexa e precisa de integração da sociedade civil organizada, do Governo Federal e das administrações municipais”, destacou.
O vice-governador ressalta que tem ouvido muito a sociedade e que foi “convocado” pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para ajudar com sugestões para a redução da criminalidade em Alagoas. “Quem coordena a pasta da Defesa Social é o governador, mas ele me pediu que apresentasse propostas e é o que vou fazer. Tenho ouvido a sociedade e posso falar – por não estar tão envolvido no dia-a-dia e ter mais contato com as pessoas, por andar de táxi, continuar minha atividade de médico, escutando muitos outros – com a visão de quem está de fora”, frisou Wanderley.
De acordo com o vice-governador, há estudos que mostram que as cidades que conseguiram reduzir os índices de violência contam com “efetivas políticas das administrações municipais” focadas na área social para a redução dos índices. Wanderley solicitou integração das prefeituras, juntamente com o Governo do Estado de Alagoas e o Governo Federal, mas salientou que não se tratava de nenhuma crítica em específico a qualquer prefeito.
Wanderley disse ainda que era preciso maior entrosamento dos órgãos que fazem o Estado. “E aí, não falo apenas da administração estadual”, colocou. Wanderley defendeu ainda a atual cúpula da segurança pública, que tem sido criticada duramente por lideranças políticas e – por vezes – até responsabilizada pelos índices. “As pessoas que fazem a Defesa Social estão bastante empenhadas e seguindo a determinações do governador. A questão da segurança pública é do país. Incomoda a todos e não pode ser tratada apenas como caso específico da Defesa Social. Tem que ser tratado como questão de Estado. A questão de polícia é prender quem comete delitos, independente de quem seja. Mas há a questão social, que é um lado mais complexo”, colocou.
Ao citar a teoria, José Wanderley colocou casos como o de Bogotá, na Colômbia, onde a presença do poder municipal – segundo ele – foi decisiva para mudar a realidade de violência do local.
Ao falar de política, o vice-governador revelou que se encontra ainda hoje, dia 21, com o senador Renan Calheiros (PMDB). Porém, não quis dar detalhes sobre os diálogos em torno das alianças. “A eleição ainda está muito longe. Neste momento é natural que todos estejam conversando”.
Renan Calheiros já deixou claro – em convenção do partido – que não faz mais parte da administração estadual. Mas, o vice-governador evitou comentar o assunto. “O governador está se ocupando em governar, aplicar de maneira correta os recursos que estão vindo para o Estado. Eu pretendo continuar médico e ajudar Alagoas no que for preciso. Não preciso necessariamente ser candidato a nada para isto”, respondeu ainda, ao comentar a possibilidade de continuar vice de Vilela, em uma possível reeleição.