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Polícia investiga vídeo em que presos ameaçam agentes no AC

'Vamos matar agente que nem presta', dizem presos em vídeo. Secretário diz que 450 PMs reforçam segurança em presídio da capital.

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Presos ameaçam agentes penitenciários no Acre

A Polícia Civil de Rio Branco abriu um inquérito para investigar a veracidade de um vídeo em que detentos do presídio Francisco d’Oliveira Conde fazem ameaças de morte contra agentes penitenciários. No vídeo, três homens com os rostos cobertos por camisetas dizem que se continuarem sendo humilhados por agentes, vão matá-los.

"Se continuarem humilhando visitas na frente do presídio, jogando spray de pimenta, batendo na cara, humilhando os presos pelados aqui dentro da cela, vai continuar morrendo agente aí na capital. Vamos matar agente que nem presta. Vocês agentes, têm que entender, que podem perder a família de vocês por causa de um dia de trabalho. Não temos nada a perder", dizem.

Ainda no vídeo, detentos afrontam os agentes penitenciários citando armamento pesado. "O nosso arsenal é de fuzil e metralhadora, se bater de frente estamos aí. A arma que vocês têm, a gente tem em dobro, porque o crime fortalece o crime".

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias a polícia já tinha conhecimento do vídeo antes mesmo de ser divulgado na internet. Segundo ele, 450 homens da PM estão nesta sexta-feira (6), no presídio reforçando a segurança no local.

"A polícia já está apurando esse fato, nós já tínhamos conhecimento. Nesse momento estamos com uma operação do estado dentro da penitenciária, com um total de 450 policiais, o Ministério Público e a Defensoria Pública acompanhando, para resguardar todos os direitos. Estamos com uma postura firme, vamos ser intolerantes com situações de crimes dentro do estado", afirma o secretário.

De acordo com Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap-AC), Adriano Marques, as imagens mostram a "situação caótica do sistema penitenciário". Ele destacou ainda que após as imagens, os agentes devem dobrar as rondas nas residências dos servidores que estiverem de plantão. "Uma antiga reivindicação nossa é o bloqueador de celular e em tantos anos não tiveram o interesse de comprar o aparelho, pois se tivesse o bloqueador, vídeos como esse não poderiam ser feito, nem mesmo divulgados", destaca.

Sobre a decisão da Justiça de proibir a greve marcada para esta sexta-feira (6), a categoria disse que deve continuar se manifestando. "O que acontece é que ao invés do governo ter ficado ao lado do servidor, decidiu implantar uma política de terrorismo e assédio moral contra simples trabalhadores que procuram melhores condições de trabalho", desabafa.

Entenda o caso

Uma série de protestos vem sendo registrada no estado após a execução a tiros de dois agentes penitenciários, em menos de uma semana. Na quarta-feira (4), agentes proibiram a visita íntima nos presídios do estado para chamar a atenção para falta de segurança da categoria e cobrar equipamentos. A atitude desencadeou motins em unidades penitenciárias de pelo menos três municípios acreanos. No mesmo dia, um ônibus foi incendiado e a casa de um agente penitenciário invadida.

Em Rio Branco, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar teve que entrar no presídio para conter um princípio de motim. Após o controle da situação, a PM continua reforçando a segurança na unidade por tempo indeterminado.

À noite, um ônibus foi incendiado. De acordo com a gerência da empresa, não houve anúncio de assalto e três homens armados pediram que passageiros, motorista e cobradores saíssem de ônibus e, em seguida, atearam fogo no veículo.

O sindicato aponta facções criminosas e acredita que as ordens de ataques estão vindo de dentro do presídio. A Secretaria de Segurança rechaça a hipótese de atuação de facções criminosas e diz que as mortes não estão relacionadas.