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Caso Douglas Vasconcelos: exame de DNA é inconclusivo

Exame não revelou se amostras de sangue encontradas no carro de José Carlos Júnior, suspeito do crime, eram de Douglas Vasconcelos.

A expectativa de todos que acompanham o desenrolar do caso Douglas Vasconcelos – estudante universitário que foi encontrado morto depois de quase um mês de desaparecimento, em outubro passado -, foi frustrada com a divulgação, na tarde desta segunda-feira, do resultado inconclusivo do exame de DNA realizado nas amostras colhidas no carro que pertencia à tia do principal suspeito do crime, José Carlos Júnior.

Segundo o laudo apresentado pelo delegado do Tigre responsável pelo caso, Flávio Saraiva, o material colhido foi insuficiente para detectar o DNA nas marcas presentes no extintor do carro, tapete e bancos, possivelmente devido a limpeza feita no veículo.

O laudo do exame que foi realizado no Laboratório Forense da Paraíba foi divulgado durante uma coletiva concedida às 15h desta segunda-feira, na sede da Polícia Civil, em Jacarecica, onde estava presente também o diretor do Centro de Perícias Forenses, Nivaldo Cantuária.

Histórico

Douglas desapareceu no dia 09 de setembro, quando estava a caminho de um show da cantora Ivete Sangalo. No dia 05 de outubro, depois de quase um mês do desaparecimento, o corpo do estudante foi encontrado em um canavial de Roteiro.

Durante as investigações a polícia chegou aos nomes de José Carlos Júnior e do primo, Kleberson Luciano, que foram presos na sede do Tático Integrado Grupamento de Resgates Especiais (Tigre), no Farol. Somente José Carlos ainda está preso no Tigre.

Segundo o delegado Flávio Saraiva, o resultado do DNA seria uma prova inquestionável, mas existem outras provas com relação a participação de José Carlos no crime, como telefonemas, análise do computador de Douglas e depoimentos de testemunhas. Alguns desses depoimentos afirmaram que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com José Carlos Júnior.

Degradação

Ouvido pelo Alagoas24horas, o professor Luiz Antônio Ferreira, especialista em DNA Forense e coordenador do Laboratório de DNA Forense da Ufal explica que, se a célula de DNA estiver misturada a substâncias contaminantes, como ferro, tinta, isso pode prejudicar a análise.

O DNA também pode se degradar ao sofrer ação biológica ou física, como fungos e bactérias, o que faz como que, em algumas situações, a amostra coletada possa ser insuficiente ou inadequada para a realização do exame.

Normalmente, agentes como lavagem e limpeza com produtos mais fortes podem degradar ou remover parte do DNA.