O procurador-geral de Justiça de Alagoas substituto, em exercício, Dilmar Camerino, acaba de denunciar o deputado Cícero Ferro pela autoria intelectual do assassinato do vereador Fernando Aldo.
O procurador-geral de Justiça de Alagoas substituto, em exercício, Dilmar Camerino, acaba de denunciar o deputado Cícero Ferro pela autoria intelectual do assassinato do vereador Fernando Aldo, ocorrido dia 1º de outubro do ano passado.
Por ter foro privilegiado ( por prerrogativa de função), o deputado foi denunciado no Tribunal de Justiça de Alagoas, com base no acórdão (nº 5.0364/2006), no qual o próprio TJ reconheceu sua competência para julgar deputados estaduais envolvidos em crimes dolosos contra a vida.
Já os autores materiais do assassinato do vereador Fernando Aldo, Dílson Alves, Carlos Marlon Gomes Ribeiro, “Wellington” e “Nildo”, foram denunciados pelos promotores de Justiça do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e pelo promotor de Justiça Cláudio Teles (promotor natural), na 17ª Vara Criminal da Capital.
O MP alagoano esclarece que, “por não gozarem do foro privilegiado e se tratar de crime de competência do Júri, os autores materiais devem ser processados e julgados perante o Tribunal do Júri. Por isso, a denúncia seguiu para a 17ª Vara Criminal”.
Integrante da Câmara Municipal de Delmiro Gouveia foi assassinado, ironicamente, no Dia Nacional do Vereador (1º de outubro). Segundo os integrantes do MP alagoano, trata-se de um de crime de mando, que se caracteriza por um planejamento meticuloso justamente com o propósito de dificultar a produção de provas diretas, sobretudo as provas testemunhais. Ainda segundo o MP alagoano, o crime foi encomendado em setembro de 2007, pelo deputado Cícero Ferro, em sua própria casa. O deputado teria pago um total e R$ 20 mil.
“A vítima foi seguida até Mata Grande, onde ocorria uma festa “Mata Grande Fest”, e, na madrugada, após deixar o camarote das autoridades, foi abordada por Carlos Marlon Gomes Ribeiro, com arma em punho e sem possibilitar qualquer oportunidade de defesa à vítima, a uma pequena distância, deflagrou disparos de arma de fogo contra a mesma, atingindo o vereador Fernando Aldo por oito vezes, o qual veio a falecer ainda no local do crime”, relata o MP.
A quadrilha, ainda segundo o relato do MP, chegou a convidar às vésperas do crime um outro integrante, o vigilante Wagner André de Souza, que tomou conhecimento de todo o planejamento do crime, mas não teria comparecido no dia do crime, nem denunciado o fato à polícia, vindo a revelar a trama quando das investigações policiais, quando foi preso, em flagrante delito por porte ilegal de arma.