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Polícia Civil não prendeu ‘assassino da van’

A prisão do suposto policial civil que teria assassinado, na noite desta quinta-feira, 8, o motorista de transporte complementar José Cícero da Silva, de 41 anos, foi desmentida agora há pouco.

A prisão do suposto policial civil que teria assassinado, na noite desta quinta-feira, 8, o motorista de transporte complementar José Cícero da Silva, de 41 anos, foi desmentida agora há pouco. A confusão se deu com a prisão de um outro policial civil na noite de ontem, identificado como Pedro Flores, por posse ilegal de arma.

A informação da prisão do assassino foi veiculada na agência oficial de comunicação do Estado. Segundo a matéria, “Pedro Flores, que funcionalmente está lotado no Departamento de Polícia Judiciária Metropolitana (DPJM), órgão dirigido pelo delegado Arnaldo Carvalho, foi preso ainda na noite desta quinta-feira e teria sido encaminhado para a carceragem do Tático Integrado Grupo de Resgates Especiais (Tigre).

Ainda segundo a Agência Alagoas, Flores foi autuado em flagrante e já está em curso procedimento administrativo para o seu afastamento dos quadros da Polícia Civil. O policial, nos últimos meses, não compareceu um dia sequer ao trabalho e por isso já responde por processo administrativo na Corregedoria de Polícia Civil, por abandono de emprego, embora ainda portasse, no momento da detenção, carteira funcional de policial civil.

“Assumi o DPJM em 17 de abril de 2007, e desde então nunca vi esse servidor exercer as suas atividades”, disse há pouco o diretor Arnaldo Carvalho. O delegado que fez o flagrante foi Nilson Alcântara, titular do 2º Distrito Policial, que estava de plantão na Deplan III.

A informação, no entanto, foi negada agora há pouco, pela assessoria de comunicação da Polícia Civil, que confirmou a prisão de Pedro Flores por uma guarnição da Polícia Militar, quando saía do Bar do Caranguejo, além do estudante Juarez Gonçalvez, que estaria com duas bombinhas de maconha. Os dois foram autuados em flagrante na Delegacia de Plantão III, pelo delegado Nilson Alcântara.

O crime

O crime ocorreu na parada de vans localizada na Rua Rosa da Fonseca, próxima à Avenida Assis Chateaubriand. Segundo testemunhas, o policial civil assassinou José Cícero por ele ter cobrado a sua passagem, no valor de R$ 2,00.

De acordo com testemunhas, ao chegar ao ponto final, o policial – que estava acompanhado da mulher e da filha – teria dito ao cobrador que não ia pagar a passagem pois era policial. O cobrador, então, recomendou que o policial se acertasse com o condutor da van, que não aceitou a justificativa.

O policial, visivelmente alterado, teria mostrado a insígnia da Polícia Civil e agredido o motorista com um tapa no rosto. Indignado, o motorista revidou a agressão. O policial, então, teria sacado a arma e atirado na nuca de José Cícero, que ainda tentou correr, mas foi atingido pelas costas.

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ir ao local do crime, mas encontrou a vítima já sem vida. Após o crime, o policial teria fugido do local com a família, em um táxi.

Os motoristas e cobradores que estavam na rua e presenciaram o assassinato ficaram indignados com a atitude do policial civil.