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‘Eu não sou homem de manobras’

Sextafeira nega manobra para evitar manifestações.

ALE

Sextafeira quer lista de comissionados em três dias

“Eu não sou homem de manobras”, reagiu o presidente interino da Assembléia Legislativa, Alberto Sextafeira (PSB), ao ser indagado sobre o boato de bastidores que dava conta de que a sessão de reabertura do Legislativo teria sido antecipada do dia 19 para hoje, para evitar manifestações de servidores e movimentos sociais indignados com as últimas conseqüências reflexos da Operação Taturana.

A operação desencadeada pela Polícia Federal apura a participação de dez parlamentares no desvio de mais de R$ 280 milhões, por meio de fraudes na Receita Federal. Seis destes ocupavam cargos na Mesa Diretora e foram afastados por decisão do juiz Gustavo Lima.

Alberto Sextafeira disse que conversou na noite de ontem, por telefone, com Antônio Albuquerque e ele teria lhe informado que o Regimento Interno da Assembléia Legislativa determina que a sessão de abertura fosse hoje e só poderia ser adiada caso o dia 15 de fevereiro fosse feriado, ou sábado e domingo. “Estamos cumprindo apenas a lei. Não há manobra nenhuma nisto. Não sou homem de manobras e exijo respeito, assim como respeito muito a sociedade”, destacou o presidente interino.

Sextafeira ressaltou ainda que não há nenhuma intenção por parte do parlamento de fugir das manifestações da sociedade, que podem ocorrer no dia 19 de fevereiro. “Que eu saiba são manifestações pacíficas e não precisa ter reforço de segurança na Casa Tavares Bastos. Estamos como sempre tivemos, e a imprensa é testemunha disto, de braços abertos para receber a sociedade civil organizada”, destacou Alberto Sextafeira. Ele lembrou ainda que se há sessão no dia 19, logo, os deputados estão presentes na Assembléia Legislativa do mesmo jeito.

Resta saber se os alvos dos protestos, Antônio Albuquerque e demais indiciados pela Operação Taturana e afastados da Mesa Diretora, vão comparecer. Sextafeira justificou a ausência dos diversos parlamentares, alegando que não houve tempo hábil para comunicar a todos sobre a mudança da data. “O meu papel enquanto presidente interino é cumprir o ordenamento jurídico da Casa Tavares Bastos. Tudo será feito dentro do que determina a lei”, frisou ainda Sextafeira.

Já a eleição da nova Mesa Diretora, caso os afastados não consigam retornar ao cargo até lá, só terá seu processo esclarecido no dia 19, quando ocorre a sessão ordinária. Sextafeira alega que ainda discute o assunto com a assessoria jurídica e parlamentar. As eleições ou ocorrerão por cargo vago, ou será por chapa, elegendo então um novo presidente.