Em entrevista ao Alagoas24horas, o delegado Sandro Augusto, que responde pela assessoria de comunicação da PF em Alagoas, fala sobre o cargo de juiz que irá assumir, e sobre as tristezas e alegrias sentidas na volta à terra natal.
Depois de apresentar, na tarde desta quinta-feira, os documentos que foram recolhidos em dezembro passado, na Assembléia Legislativa de Alagoas, durante a Operação Taturana, o assessor de comunicação da Polícia Federal em Alagoas, delegado Sandro Augusto concedeu uma entrevista exclusiva ao Alagoas24horas, onde falou sobre o novo desafio: o cargo de juiz que assumirá em breve no Estado.
Alagoano de Maceió, Sandro Augusto dos Santos, 37 anos, formou-se em Direito em 2001, pela Universidade Federal de Alagoas. Antes de chegar à PF, Sandro trabalhou durante oito anos como técnico em Química, na Braskem, passou pelo Tribunal Regional do Trabalho de Goiás, do Distrito Federal e de Alagoas e foi procurador do Incra em Palmas (TO).
O delegado voltou à Maceió em setembro do ano passado, depois de cinco anos afastado da terra natal. Junto com ele, vieram as novidades, como a Operação Taturana e a aprovação – até o momento em primeiro lugar (falta ainda a avaliação de títulos) – no concurso de juiz realizado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas no ano passado.
Sandro Augusto deve assumir o cargo no próximo mês, e ainda não sabe em que município irá atuar, mas deixa claro que não faz objeção a nenhum lugar, nem tem receio de ir para um local de forte domínio político. “Já recebi a garantia de apoio da Polícia Federal e do novo secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, para a condução dos meus trabalhos no novo cargo”, conta o delegado.
Sandro acrescenta que a experiência obtida na PF será fundamental na nova carreira. “Deus sabe o que faz. Uma coisa é entrar na magistratura sem experiência alguma, outra é entrar depois de ter passado pela Polícia Federal. Isso faz com que eu me sinta mais preparado, mais seguro para encarar os desafios”, frisa.
“Desde que eu era jovem as pessoas comentavam os desvios de verbas que aconteciam em Alagoas, mas nada acontecia. Para mim foi uma grata surpresa a Operação Taturana, da qual não participei e, devido ao sigilo, só tive conhecimento junto com toda a sociedade. Tive orgulho de ela ter sido desencadeada pela instituição da qual faço parte”.
Com a afirmação, o delegado resume seu sentimento em relação à operação da PF, e lembra que outro motivo de orgulho foi ter participado da Operação Gafanhoto. Deflagrada em 2003, a operação que prendeu mais de 50 pessoas investigou o desvio de cerca de R$ 230 milhões na folha de pagamento do Estado de Roraima.
Sobre as mudanças que aconteceram na capital alagoana nos anos em que morou fora, ele diz que lhe entristece perceber o aumento da violência e do tráfico de drogas em Maceió. “Mas estou esperançoso, como toda a sociedade. E também estou orgulhoso por alguns alagoanos ilustres e pelo momento rico, histórico e cheio de esperanças que estamos vivendo”.
Ao final da entrevista, ele frisa o apoio da família – a esposa e as duas filhas, de seis e um ano, como fundamental em sua trajetória e faz questão de repetir que tem orgulho de pertencer a PF. “Tenho orgulho de pertencer a esta instituição de credibilidade, de onde estou saindo por opção, para seguir uma carreira que muita gente almeja”, diz ele.
“Também quero registrar os parabéns ao desembargador Antônio Sapucaia, e dizer que ele é um orgulho para o judiciário alagoano e uma referência para a sociedade e para mim”, finaliza o futuro juiz.