Força Tarefa cumpriu 20 mandados de prisão preventiva em Alagoas. Bens móveis e imóveis dos acusados, como fazenda, veículos e até uma fábrica foram sequestrados pelo MPF.
Em entrevista coletiva concedida na sede da Polícia Federal na tarde desta terça-feira, 25, o coordenador da ‘Operação Bengala’ da Polícia Federal, Cristiano Sampaio, acompanhado do superintendente Regional do INSS, João Maria, esclareceram detalhes sobre a Operação que prendeu 20 pessoas acusadas de fraude contra a Previdência Social em Alagoas.
De acordo com o superintendente do INSS, em três anos houve um desfalque de cerca de R$ 2,5 milhões da Previdência Social, número este que pode vir a aumentar consideravelmente, caso seja comprovado que o crime vinha sendo cometido há mais tempo. “Um dos acusados – o nome não foi revelado – afirmou que cometia esse tipo de crime há pelo menos 14 anos”, comentou João Maria sobre prejuízos à Previdência.
A Força Tarefa, formada pelo Ministério Público Federal, Ministério da Previdência Social e o Departamento de Polícia Federal, cumpriu 20 mandados de prisão preventiva, sendo um flagrante delito por posse ilegal de arma e uma prisão por favorecimento real, determinadas pela 8ª Vara Federal de Arapiraca.
O delegado Cristiano Sampaio conta que um indivíduo já foi identificado como mentor do grupo e que, segundo informações, fazia todo o trabalho de gerenciamento e articulação das fraudes. Por ele circulavam os documentos falsificados e também o dinheiro, que seria dividido entre os envolvidos. Ainda segundo Sampaio, o braço direito do mentor seria uma funcionária do INSS, presa com R$ 19 mil.
Nenhum nome foi revelado pela Polícia Federal porque o caso segue em segredo de Justiça. “A política da instituição é identificar os crimes, efetuar as prisões, mas evitar a exposição dos acusados”, argumentou o coordenador da Operação, que acrescentando que estão presos, um funcionário de cartório, uma funcionária do INSS, um funcionário da Receita Federal, três funcionários dos Correios, seis ciganos (pessoas sem residência fixa), entre outras pessoas.
O esquema de fraude vinha sendo investigado desde maio do ano passado e acontecia em pelo menos nove municípios alagoanos, entre eles Arapiraca, São Miguel dos Campos e Teotônio Vilela e o distrito de Ipioca, em Maceió. O MPF pediu o bloqueio de bens móveis, imóveis e de contas bancárias dos investigados a fim de que não haja continuidade no esquema e que haja ressarcimento ao erário.
Dentre o patrimônio financeiro dos envolvidos, bens como fábrica de gelo, fazendas, sítios de côco, apartamentos, veículos e casas, foram sequestrados pelo MPF. Os acusados devem responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, estelionato qualificado e falsa declaração de nascimento.
Após a realização do exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML), os presos foram encaminhados para o Sistema Prisional.