As informações são da Isma Brasil.
A TARDE On Line
A palavra estresse já foi incorporada ao vocabulário informal como sinônimo de aborrecimento, cansaço e uma série de faltas: de tempo, lazer, paciência, bom humor… Cientificamente, o termo stress (em inglês), derivado do latim, passou a ser usado no século XVIII para designar qualquer adversidade. No século XX, começaram os estudos dos efeitos do estresse na saúde. Foi então que passou a ser visto como qualquer adaptação exigida às pessoas.
As informações são da Isma Brasil (International Stress Manegement Association) www.ismabrasil.com.br, instituição voltada à pesquisa, prevenção e tratamento do estresse no mundo. Segundo a definição, o estresse é um fator neutro, pode ser bom ou ruim, dependendo da forma como é encarado. Segundo o cardiologista Maurício Nunes, na área médica, é definido como uma reação do organismo quando é estimulado por fatores externos desfavoráveis.
Quando um destes fatores é percebido, o organismo passa por um processo que mobiliza, principalmente, os aparelhos circulatório e respiratório. “A primeira reação é uma descarga de adrenalina”, explica o especialista. Essa descarga – envolvendo uma alta dose da substância – promove aceleração dos batimentos cardíacos e dilatação dos brônquios. O quadro causa um desequilíbrio metabólico, em função do sangue circulando mais rapidamente pelo corpo, e o cérebro passa a precisar de mais oxigenação.
Toda essa aula de biologia serve para o especialista explicar que, quando ocorre com freqüência, o estresse pode causar uma estafa no corpo, que é fator de risco para doenças do estômago e do coração, além de influenciar na pressão arterial e, se houver uma doença preexistente, torna-se um fator importante de alterações nas artérias do coração. “Na faixa etária acima de 35 anos, o estresse precipita infarto do miocárdio e/ou acidente vascular cerebral (AVC)”.
Quando passam frequentemente por momentos estressantes, as pessoas estão expostas a uma reação em cadeia. Instalado o desequilíbrio no organismo, inclusive emocional, podem surgir sintomas como irritabilidade, alteração do humor, baixa da imunidade, resfriados e gripes freqüentes, hiper acidez do estômago e dores musculares. O médico explica que nesta fase começam a aparecer outras doenças. “Mas isso varia de indivíduo para outro, porque tem a predisposição genética”, adverte.
No grupo mais jovem, o mais indicado, segundo o médico, é o auxílio psicológico para se identificar do ponto de vista comportamental qual é a raiz do estresse. Em casos de doenças mais graves, é necessário acompanhamento médico. O cardiologista Maurício Nunes afirma que o estresse não é classificado como uma doença, mas uma resposta do organismo, que envolve aspectos fisio e psicológicos.
Maurício Nunes esclarece que a melhor arma contra esse turbilhão de sensações é a atividade física. “Fazer exercício físico produz beta-endorfina, que promove um relaxamento, um bem estar no nosso corpo”, revela. Acreditando nesta máxima, o barman Roberto Silva, 28, tomou uma decisão radical. Saiu da casa dos pais, em Salvador, e foi morar com um amigo em Itacaré, praia do litoral sul baiano conhecido com o paraíso dos surfistas.
“Primeiro passei 15 dias no reveillon, depois já estava de malas prontas para mudar definitivamente”, conta. Depois de 5 anos trabalhando à noite em um restaurante, Roberto fez uma escolha que possibilitou o que, para ele, é sinônimos de viver bem. “Agora eu tenho as noites livres, posso sair para me divertir, e ainda posso surfar durante o dia”, diz. A opção proporcionou uma adequação entre estilo de vida e ambiente. “Aqui é tudo mais tranqüilo, você quase não ouve falar em violência”, diz.