Uma equipe do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) visita nesta quarta-feira, 16, a comunidade Jussara, em Santana do Mundaú, para elaboração de um estudo que será encaminhado à Fundação Palmares, do Ministério da Cultura, para que seja feito o reconhecimento oficial como remanescente de quilombolas.
Na semana passada, dias 9 e 10, foram visitadas as comunidades Passagem e Chã do Fojo, em Taquarana. A equipe, formada por um antropólogo, um historiador e uma socióloga, coordenada pela gerente do Núcleo de Quilombolas do Iteral, Berenita Melo, fará um diagnóstico e um perfil da comunidade, que servirão de base para o relatório que deve ser encaminhado à Fundação Palmares.
“Com o reconhecimento oficial da comunidade como remanescente de povos quilombolas, é mais fácil conseguir recursos para aplicação em projetos de melhoria de vida, entre eles construção de casas, estradas de acesso, postos de saúde, escolas e ampliação de programas sociais do governo federal”, explica Berenita Melo.
De acordo com o antropólogo Christiano Barros, algumas características ajudam a definir uma comunidade como descendente de quilombolas. “Vamos observar se a cor da pele é negra ou se há descendência negra; também iremos perceber se a comunidade guarda características culturais negras”, conta. Ele alerta que nem todas as comunidades com essas características são descendentes de povos quilombolas, mas apenas têm influências de povos afros-descendentes.
Em todo o estado, já existem 22 comunidades reconhecidas oficialmente como remanescentes de quilombolas. Outras cinco estão em processo de reconhecimento, e o Iteral espera visitar até o fim do ano 20 comunidades em 14 municípios para a realização desse estudo. Em maio serão visitadas as comunidades Abobreiras, em Teotônio Vilela, Bom Despacho, em Passo do Camaragibe, e Gurgumba, em Viçosa.