A ocupação se deu de forma pacífica e neste momento os sem-terra entoam canções de protesto e dizem que irão permanecer no local até o término da reunião com Vilela.
Sionelly Leite/Alagoas24horas
Simultaneamente à reunião que acontece no Palácio República dos Palmares, com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), com os líderes do movimento, trabalhadores rurais sem-terra ocuparam na manhã desta quinta-feira, 17, o canteiro de obras da Assembléia Legislativa de Alagoas. A ocupação se deu de forma pacífica e neste momento os sem-terra entoam canções de protesto e dizem que irão permanecer no local até o término da reunião com Vilela.
Segundo a assessora de comunicação do movimento, a ocupação da ALE se dá como forma dos trabalhadores pressionarem a redução do duodécimo da Assembléia Legislativa, que deverá ser discutida em audiência pública na manhã desta sexta-feira, 18.
As atividades dos trabalhadores rurais integram o calendário do ‘Abril Vermelho”, mês em que foi registrado o assassinato de trabalhadores sem-terra, durante confronto com a polícia, no episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás.
Na madrugada de hoje, aproximadamente quatro mil trabalhadores ocuparam a sede da Hidrelétrica de Xingó, no município de Piranhas, Alto Sertão de Alagoas. O clima é tenso na região, os trabalhadores, em sua maioria, pertencem a acampamentos de Canindé do São Francisco, no estado vizinho de Sergipe.
Em Alagoas, as atividades do ‘Abril Vermelho’ tiveram início com a chegada de três mil trabalhadores à capital alagoana, onde instalaram acampamento na Praça Sinimbu. Ontem, os trabalhadores rurais interditaram rodovias federais e ocuparam bancos estatais no interior do Estado.
Em Maceió, os sem-terra interditaram o acesso ao Porto de Maceió, impedindo o carregamento e descarga de caminhões, e, segundo a Administração do Porto, provocando um prejuízo de quase US$ 100 mil.
Na pauta de reivindicações entregue ao governador Teotonio Vilela Filho estão avanços na Reforma Agrária em Alagoas, ampliação e liberação de créditos, política de habitação para o campo, com a agilização no processo de habitação rural, mapeamento fundiário do Estado, renegociação da dívida, regularização dos lotes, infra-estruturas (estradas, escolas, postos de saúde, energia, água entre outras) para os assentamentos; combate a criminalidade e a violência cometida contra os/as trabalhadores/as rurais políticas públicas para melhoria de vida das mulheres do campo, entre outras.