Principais motivos desse crescimento são o clima favorável.
Estimulada pela forte expansão do álcool no mercado e pelas perspectivas de crescimento nas exportações, a indústria brasileira vai esmagar entre 558,1 e 579,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2008, sendo que de 309,8 a 321,9 milhões t são para fabricação do combustível e de 248,3 a 257,9 milhões t, para o açúcar. O volume destinado é recorde e representa entre 11,3% a 15,6% a mais que o do período passado.
A colheita total de cana também é a maior da história e está estimada entre 607,8 e 631,5 milhões t, ou 8,8% a 13,1% superior à produção anterior, que foi de 558,5 milhões t. Além da quantidade da matéria-prima que será transformada pela indústria, serão destinadas 49,6 a 51,7 milhões t de cana para outros fins, como sementes e mudas, cachaça, rapadura e alimentação animal.
Os principais motivos desse crescimento são o clima favorável, os investimentos no melhoramento tecnológico das unidades de processamento e o plantio de variedades mais produtivas. Os dados fazem parte do primeiro levantamento da cultura que será anunciado hoje, às 14h30, pelo presidente da Conab, Wagner Rossi, e o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Manoel Bertone.
O crescimento desta safra também se deve ao cultivo de novas áreas, que saiu de 7 milhões para 7,8 milhões de hectares, resultado, na sua maioria, da instalação de novas usinas, sobretudo em áreas de pastagens. "O Brasil tem hoje 276 milhões de hectares de terras cultiváveis. Dessas, 72% são ocupadas por pastagens naturais/cultivadas, 16,9% por grãos e apenas 2,8% por cana-de-açúcar. Esse quadro mostra que esta cultura mantém um comportamento normal, com potencial para ser ampliada em áreas de pastagens", diz o presidente da estatal.
A cana começou a ser moída neste mês nos estados do Centro-Sul, responsáveis por cerca de 90% da produção total. Pela projeção da Conab, o Brasil vai fabricar neste ano entre 26,4 bilhões e 27,4 bilhões de litros de álcool, 14,9% a 19,4% a mais que em 2007. Desses, 4,2 bilhões de litros deverão ser exportados, a maioria (2,5 bilhões de litros) para os Estados Unidos.
A justificativa está no aumento da mistura do álcool à gasolina naquele país e no consumo interno, onde as frotas de veículos flex-fuel vêm crescendo a cada ano. "No Brasil, essa categoria representa 85% das vendas de carros novos, onde já são mais de 5 milhões de unidades em circulação", calcula Rossi.
Já a produção de açúcar, apesar do crescimento de 8,2% a 12,4% em relação ao mesmo período, ficará entre 33,8 e 35,1 milhões de toneladas. Para concluir o estudo, cerca de 50 técnicos da estatal visitaram, no período de 31 de março a 11 de abril, 361 unidades de produção em todos os estados onde a atividade é desenvolvida. A evolução dos números será acompanhada ao longo desta safra, em outros dois levantamentos e passarão a ser divulgados sem os intervalos inferior e superior.