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Sem-terra ligados à CPT ameaçam invadir supermercado

As portas do supermercado foram fechadas por determinação da gerência e os trabalhadores passaram a golpear as portas, tentando entrar. De acordo com as primeiras informações, os sem-terra exigem a distribuição de alimentos.

Priscylla Régia / Alagoas 24 Horas

Priscylla Régia / Alagoas 24 Horas

Mais de 300 trabalhadores rurais sem-terra, ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT), ameaçam invadir, neste momento, o supermercado Hiper Bompreço localizado na Avenida Buarque de Macedo, no bairro do Centro.

As portas do supermercado foram fechadas por determinação da gerência e os trabalhadores passaram a golpear as portas, tentando entrar. De acordo com as primeiras informações, os sem-terra estão exigindo a distribuição de alimentos.

Acampados desde o último domingo em Maceió, 4, os trabalhadores sem-terra foram acusados de atos de vandalismos no prédio da antiga Reitoria da Universidade Federal de Alagoas, na Praça do Sinimbu. Segundo a denúncia do administrador do Espaço Cultural, os sem-terra teriam invadido o prédio, destruído portas, e defecado em algumas salas.

O sem-terra ocuparam, ainda na manhã de ontem, o prédio da Secretaria De Agricultura, onde apresentaram a pauta de reivindicações, que desde a liberação de sementes até uma linha de crédito para os trabalhadores assentados.

Depois de algum tempo, funcionários e clientes que estavam dentro do supermercado foram impedidos e sair. Segundo foi apurado pela reportagem, o gerente da unidade estaria solicitando autorização à gerência-geral para liberar os alimentos. Policiais do 1º Batalhão estão no local acompanhando a manifestação.

CPT

Em entrevista ao Alagoas24Horas, uma das representantes do Movimento, Irmã Cícera, disse que a intenção dos trabalhadores não é invadir o estabelecimento comercial, mas pedir doação de alimentos à direção do Hiper.
"Nós estamos com uma lista de produtos de primeira necessidade que viemos entregar à direção do hipermercado, a fim de que colaborem com o Movimento, que está sem comida durante todo o dia", disse a irmã.

Ainda segundo ela, o Movimento foi informado pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que as cestas básicas reivindicadas pelos trabalhadores só deverá ser liberada em 15 dias ou um mês. "Os trabalhadores acampados em Maceió precisam comer hoje, não dá para esperar um mês pela liberação das cestas. Muitos aqui tiveram suas plantações perdidas com as chuvas e a maioria vive no sertão", ressaltou.

Os trabalhadores não decidiram quando deverão voltar aos acampamentos.

Acampamento

Durante reunião com a direção do Hiper, a comissão de trabalhadores apresentou o pedido de mil cestas básicas que garantiriam alimentação para o Movimento durante os dias de acampamento em Maceió. A proposta, considerada absurda, foi recusada pela direção.

Em contrapartida, o Movimento informou que deverá acampar no estacionamento do estabelecimento até que o problema seja resolvido. "A empresa é de capital estrangeiro pode fornecer as cestas que solicitamos", disse um dos trabalhadores após a negociação.

A gerência do Hiper Bompreço já solicitou a presença do Centro de Gerenciamento de Crises da PM para fazer a retirada dos trabalhadores.