Em depoimento, Bruno Jatobá afirmou que recursos da ALE creditados em sua conta eram movimentados pelo deputado. Gerente do Bradesco também depôs e confirmou responsabilidade de superintendente na liberação de empréstimo.
Em depoimento prestado na manhã desta segunda-feira, 2, ao delegado Janderlyer Gomes, responsável pelo inquérito que investiga o desvio de mais de R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas, Bruno César Jatobá, irmão do prefeito de Roteiro, Fábio Jatobá – um dos indiciados na Operação Taturana, afirmou que os recursos oriundos da ALE creditados em sua conta particular eram movimentados pelo deputado estadual afastado Cícero Ferro (PMN).
“Em outras palavras, Bruno Jatobá confirmou que era ‘laranja’ do deputado”, explicou o delegado, acrescentando que Jatobá foi ouvido na condição de testemunha e só reforçou as provas que já existem contra o parlamentar.
Também na manhã de hoje foi ouvido o atual gerente do Banco Bradesco (agência Jaraguá), Isael Moreira dos Santos que, segundo o delegado, confirmou o fato de que era Renan Mascarenhas, superintendente executivo do Bradesco, o responsável por autorizar os empréstimos irregulares concedidos aos deputados. Mascarenhas será ouvido nesta terça-feira, 14h30, na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal, em Jaraguá.
“Nós já temos provas da participação do Renan no esquema, mas, por meio de seus advogados, ele afirmou que vai mostrar sua inocência. Ao que entendemos, a única coisa que pode acontecer no depoimento é ele provar que alguém superior a ele teve responsabilidade no esquema, o que é difícil, porque ele já faz parte do alto escalão nacional do banco”, disse Gomes.
Renan Mascarenhas deverá explicar até que ponto o banco está comprometido com o esquema de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, e especificamente, de empréstimos fraudulentos contraídos por deputados e ex-deputados e outros agentes políticos e públicos, pagos pela Assembléia.