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Caso Johnny Wilter: militares são ouvidos

Johnny Wilter morreu no dia 25 de maio deste ano.

Sionelly Leite/Alagoas24Horas/Arquivo

Delegado Waldor Coimbra acha imporvável que acusada prove inocência

Os militares envolvidos na morte do jovem Johnny Wilter da Silva, 21 anos, já se encontram depondo na delegacia do 10° Distrito Policial, no bairro do Tabuleiro do Martins. Serão ouvidos – na manhã desta terça-feira, dia 3 – o capitão PM Eduardo Alex dos Santos e mais dois soldados que estavam na guarnição acusada de matar o jovem com um tiro na nunca.

Johnny Wilter morreu no dia 25 de maio deste ano com um tiro na nuca, deflagrado por uma submetralhadora 9 milímetros. Ele estava na garupa de uma motocicleta, com um amigo, quando foi morto pelos policiais.

A primeira versão da PM dava conta de que os jovens teriam furado um bloqueio policial e atirado contra a guarnição, que teria – supostamente – reagido aos disparos, acertando o garoto, que morreu no local. Detalhe: os jovens estavam uma Honda Biz. Ao perceber que o amigo tinha caído, o amigo fugiu com a motocicleta. A arma que os PMs alegaram ter sido usada pelos jovens nunca foi encontrada.

Há suspeitas de que Johnny Wilter tenha sido executado e que o tiro tenha sido efetuado pelo capitão da PM que é ouvido hoje. Os depoimentos tiveram início no dia 29 de maio, quando o amigo de Wilker, Marcos Brandão, foi ouvido pelo delegado Waldor Coimbra Lou.

O advogado de Brandão, Soriano Torres, disse que os jovens voltavam de uma festa no complexo Benedito Bentes e que Marcos Brandão levaria o amigo em casa. O jovem disse – no depoimento – que foi surpreendido com disparos de arma de fogo. Logo em seguida, ele relata que o amigo caiu da Honda Biz. Assustado com a aproximação de estranhos (que no caso seria dos policiais), ele fugiu do local.

Marcus afirmou, em seu depoimento, que em nenhum momento percebeu que se tratava de uma blitz da Polícia Militar. Após deixar o amigo, Marcus foi abordado por outra blitz próximo à Casa de Detenção de Maceió, o Cadeião, quando policiais militares o interpelaram se ele teria furado o bloqueio no Santos Dumont. Em seu depoimento, músico disse ter parado na segunda blitz e contado tudo que havia acontecido.

Na porta da delegacia, vários policiais militares esperam o final do depoimento do capitão. Informações extra-oficiais dão conta de que os militares tentam proibir a imprensa de fazer imagens do capitão Eduardo Alex dos Santos, que está lotado na Companhia Montada.