Dados são do IBGE.
Rio – A região Sudeste apresentou em 2004 a a maior taxa de mortes por homicídios do país, com 32,3 mortes por 100 mil habitantes, mais elevada que a média do país (26,9 por 100 mil). Os dados constam em novo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2008 (IDS 2008).
O trabalho busca revelar em que ponto o Brasil está e para onde sua trajetória aponta no caminho rumo à sustentabilidade ambiental e da qualidade de vida dos brasileiros. O Rio de Janeiro se destaca como o estado com maior índices de homicídios do país, com 50,8 por 100 mil habitantes. Vêm em seguida neste ranking de mortes os estados de Pernambuco (50,1) e Espírito Santo (48,3%).
Nos termos da violência, entre 1992 e 2004, houve um incremento em termos absolutos de 7,7 mortes por homicídios por 100 mil habitantes no país.
Também prossegue a grande diferença de homicídios entre os gêneros: 35,6 por 100 mil para os homens e 3,2 por 100 mil para as mulheres em 1992, contra 50,5 e 4,2 em 2004, respectivamente. Entre as unidades da federação, as maiores taxas, em 2004, couberam ao Rio de Janeiro (50,8), Pernambuco (50,1) e Espírito Santo (48,3).
Os acidentes de transporte são outro problema que cresce mundialmente a cada ano e afeta todos os grupos socioeconômicos, com maior freqüência os mais pobres, e implica custos elevados para o sistema de saúde. No Brasil, em 2004, os homens foram as principais vítimas, com 32,6 mortes por 100 mil habitantes, contra 7,2 por 100 mil de mulheres.
Meio Ambiente
Com 23 indicadores, divididos segundo os temas atmosfera; terra; água doce; oceanos, mares e áreas costeiras; biodiversidade e saneamento, a dimensão ambiental do IDS é a que mostra o maior número de indicadores ainda negativos ou que se mantêm numa evolução lenta. Além da atualização das informações publicadas em 2004, foi incorporado o dado sobre a emissão de gases do efeito estufa, a partir do inventário publicado em 2004 pelo governo brasileiro.
Dentre os indicadores positivos, podem-se destacar a redução de consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio e o aumento do número de unidades de conservação (UCs) e de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Os focos de incêndios também sofreram redução entre 2004 e 2006, e a poluição atmosférica mantém sua tendência estacionária, exceto pelo ozônio (O3), cuja concentração continua aumentando.
Já a poluição dos rios que cortam as maiores regiões metropolitanas e a das praias mantêm seus níveis elevados, enquanto as quantidades de fertilizantes e agrotóxicos usados na agricultura cresceram, e as apreensões de alguns animais que seriam comercializados ilegalmente também aumentaram.
Por fim, indicadores como o desmatamento na Amazônia, que vinham melhorando, sofreram revezes no período mais recente, ao que tudo indica em conseqüência do próprio crescimento econômico.
Entre 2004 e 2006, o número de focos de calor, que indicam queimadas (ações autorizadas pelos órgãos ambientais) e incêndios florestais (situações de fogo descontrolado), caiu de 236.014 para 117.453, uma redução de 50%. Os dados são do Ibama e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre os estados, o Amapá teve a maior redução nos focos de calor entre 2004 e 2006 (-78%, de 1.319 para 291), seguido por Mato Grosso (-67%) e Goiás (-66%). No Rio de Janeiro, no mesmo período, os focos de calor mais que duplicaram, de 158 para 323.
O consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio (O3)2 vem sendo reduzido, de forma geral, em todo o mundo. No Brasil, esse consumo anual (produção + importações – exportações) tem caído aceleradamente, superando inclusive as metas: diminuiu 87% entre 1992 e 2006, passando de 11.198 para 1.431 toneladas de potencial de destruição do ozônio (PDO), segundo informações do Núcleo de Ozônio do Ministério do Meio Ambiente.
A poluição do ar nos grandes centros urbanos é um dos principais problemas ambientais, com implicações graves na saúde, especialmente de crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias. Apesar da melhora, os valores de concentração anual média de substâncias poluentes ainda são elevados, porém, em locais como Brasília e as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo.
A qualidade da água dos rios e represas brasileiros está longe do ideal. Nenhum dos corpos d’água para os quais foi calculado o Índice de Qualidade da Água (IQA)3 médio anual atingiu nível considerado ótimo (acima de 80).
O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta. Para proteger esse patrimônio, destina uma área de mais de 712.660 km2 a unidades de conservação (UCs) federais. Em relação a 2003, o total de UCs federais cresceu de 251 para 299 em 2007. A área protegida também aumentou (era de 552.713 km2em 2003), elevando o percentual de área preservada, em nível federal, de 6,5% para 8,3% do território.
O bioma amazônico teve o maior aumento de área protegida entre 2003 e 2007 (145.873 km2), seguido pelas unidades de conservação marinhas (5.792 km2). Já o número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) passou, entre 2003 e 2006, de 366 para 429, um incremento de 4.119 km2em área protegida. O maior aumento, em termos territoriais, ocorreu no Pantanal (247 km2), embora numericamente tenham sido criadas mais RPPNs na Mata Atlântica (aumento de 17 km2).
O DIA /RJ