Noite histórica no Maraca.
Rio de Janeiro, RJ, 04 (AFI) – O Fluminense está em festa. Pela primeira vez no seus 106 anos de história, o tradicional clube das Laranjeiras está na final da Libertadores da América, principal competição Sul-Americana. A classificação, de forma dramática, foi conquistada no Maracanã lotado, nesta quarta-feira à noite, ao bater o temido Boca Juniors-ARG por 3 a 1.
Após o empate por 2 a 2 na primeira partida, disputada na Argentina, o Fluminense entrou em campo precisando de um empate para conquistar a vaga. No início da etapa final, porém, veio o susto. Palermo abriu o marcador. Mas o clube carioca mostrou superação e virou o marcador, em uma noite que já entra para a história do futebol.
A decisão da principal competição sul-americana será contra o LDU-EQU, que eliminou o América-MEX na semifinal, após empates por 2 a 2 e 0 a 0. Curiosamente, a última vez que um clube carioca esteve na final foi contra um equatoriano. Em 1998, o Vasco enfrentou o Barcelona, de Guayaquil, e sagrou-se campeão.
O primeiro jogo da decisão serão no dia 25 de junho, em Quito. O duelo final, no Maracanã, será no dia 2 de julho. Na primeira fase, no chamado Grupo da Morte, os times estrearam na competição com um empate sem gols, no Equador.
Boca melhor na primeira etapa
O Fluminense entrou em campo com apoio irrestrito da torcida. Era o Boca, contudo, que precisava ir ao ataque para conquistar a classificação. E foi o que ocorreu. O time argentino mostrou mais disposição e, mesmo sem assustar nos minutos iniciais, rondou a área do Flu.
Mas a primeira grande chance da partida foi a favor do time carioca. Gabriel fez bonito cruzamento da direita e o matador Washington fez a galera se levantar na arquibancada. Ele dominou no peito e mandou um foguete, mas a bola saiu por cima do gol.
Com o passar do tempo, no entanto, o Fluzão voltou a ficar apático na partida e o técnico Renato Gaúcho chegou até a sinalizar com a entrada de Dodô no time. O Boca, por sua vez, começou a pressionar com o atacante Palermo. Primeiro, em um deus nos acuda, ele aproveitou indecisão dentro da área e chutou para fora.
No duelo particular entre Fernando Henrique e Palermo, o goleiro do Fluzão levou a melhor na primeira etapa. Palermo escorou de cabeça e o arqueiro defendeu com firmeza na primeira tentativa. Na segunda tentativa de cabeça do atacante, o goleiro voou e fez uma linda defesa.
Susto e redenção
A partida ganhou ares de decisão mesmo nos 45 minutos finais. Logo no início, Cícero fez boa jogada pelo meio e bateu rasteiro, rente a trave esquerda do goleiro argentino. Mas o Boca jogou um balde de água fria aos 11 minutos. Dátolo fez boa jogada pela esquerda e o matador Palermo desta vez acabou com a barreira Fernando Henrique. Ele se livrou de Thiago Neves e, no segundo pau, mandou de cabeça no cantinho.
Assim como ocorreu contra o São Paulo, o Fluminense não deu tempo para o adversário se animar e “ressurgiu das trevas” aos 17 minutos, como o Coração Valente Washington. O goleador cobrou falta e contou com a ajuda do goleiro, que saiu atrasado no lance.
O gol fez o Maracanã explodir de alegria e, a partir daí, o jogo pegou fogo de vez. O Boca se lançou ao ataque e o Fluminense contou com a sorte para virar o duelo. Aos 25 minutos, o argentino Dario Conca escapou no contra-ataque pela esquerda e bateu cruzado. A bola desviou no zagueiro Ibarra e tirou completamente o goleiro da jogada.
Com o placar adverso, não restou ao Boca outra alternativa do que se atirar ao ataque. O meia Riquelme, com atuação apagada, pouco ajudava o time e a principal peça ofensiva seguia sendo Palermo, mas o goleiro do Flu mostrou que a noite era sua, com importantes defesas.
Nos acréscimos, o Fluminense matou a partida. Primeiro, Gabriel escapou pela esquerda e chutou na trave. Logo depois, a zaga do Boca saiu jogando errado e Dodô não perdoou. O matador dos gols bonitos se livrou da marcação e bateu no canto esquerdo. Festa e delírio no Maraca.
Ficha Técnica
Fluminense 3 x 1 Boca Juniors-ARG
Local: Estádio doMaracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Carlos Torres (Paraguai)
Público: 78.896 pagantes / 84.632 presentes
Renda: R$ 1.729.117,50
Cartões amarelos: Washington, Arouca, Thiago Neves, Dodô, Fernando Henrique e Junior Cesar (Fluminense). Riquelme e Palermo (Boca Juniors)
Gols: Palermo, aos 11’/1T (Boca Juniors) ; Washington, aos 17’/2T. Darío Conca, aos 25’/2T. Dodô, aos 47’/2T (Fluminense)
Fluminense
Fernando Henrique; Gabriel, Luiz Alberto, Thiago Silva e Junior Cesar; Ygor (Dodô), Arouca, Darío Conca e Thiago Neves (Maurício); Cícero e Washington (Roger).
Técnico: Renato Gaúcho
Boca Júniors
Migliore; Ibarra, Cáceres, Paletta e Morel Rodríguez (Boselli); Vargas (Ledesma), Battaglia, Datolo (Chávez) e Riquelme; Palacio e Palermo.
Técnico: Carlos Ischia