Família pede apoio ao MP para exumação de corpo.
A coordenadora do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), promotora de Justiça Karla Padilha, vai encaminhar toda a documentação que recebeu sobre Luciene Maria da Silva, alagoana encontrada morta na Espanha, ao procurador-geral de Justiça, Coaracy Fonseca, para que ele decida se cabe ao MP Estadual ou o Ministério Público Federal solicitar à Justiça a exumação do corpo da brasileira.
Karla Padilha recebeu hoje pela manhã a mãe e a irmã da alagoana encontrada morta no último final de semana do mês de junho, numa casa noturna, na Espanha. Dona Maria José da Silva e Geane Maria da Silva Santos, 18 anos, estavam acampanhadas do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Gilberto Irineu.
A mãe da brasileira pediu à promotora de Justiça Karla que o Ministério Público Estadual ajudasse a esclarecer a morte da filha, já que a família contesta a versão de suicídio, que teria sido apresentada pela polícia espanhola e pelo dono da boate onde Luciene trabalhava como dançarina a cerca de um ano. Dona Maria pediu que fosse realizado a exumação do cadáver da filha, sepultada na última sexta-feira (7/6), no Cemitério São José, no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió.
“Como essa jovem foi encontrada morta no exterior, qualquer pedido para o esclarecimento da causa da morte dela deve partir do procurador-geral de Justiça, que irá decidir se o pedido deve ser feito por ele ou por um procurador da República”, explicou.
Inicialmente, Karla Padilha tinha dúvida se a exumação não teria que ser feita com a autorização do Itamaraty, mas os peritos do Centro de Perícias Forenses (CPFOR), que participaram da reunião, disseram que não.
“Como o cadáver já foi entregue ao Estado brasileiro não há risco do comprometimento da prova, caso a exumação seja realizada por peritos brasileiros”, afirmou a diretora -geral do CPFOR, Ana Márcia Nunes Mello Motta, que estava acompanhada do diretor-adjunto Alberis Espíndula.
“Depois dessa conversa com os peritos e como a família contesta o laudo da polícia – que aponta como causa da morte asfixia provocada por enforcamento, com diagnóstico de suicídio – vamos encaminhar a documentação ao procurador-geral de Justiça, para que ele decida sobre a requisição ou não da exumação”, explicou a promotora Karla Padilha, acrescentando que a participação dos peritos do CPFOR ajudou muito nessa tomada de decisão.
Durante a reunião, a mãe de Luciene disse que a filha mantinha contato com a família e nunca deu sinais de depressão ou intenção de se matar. "Muito pelo contrário, minha filha era uma jovem linda, cheia de vida, muito querida por todos e com muitos planos pela frente, muitos sonhos para realizar", afirmou dona Maria José, revelando que no dia da morte Luciene telefonou para ela, pediu para falar com a filha (de 9 anos) e se mostrava muito feliz.