Adolescente de 14 anos confessa 13 homicídios.
Um adolescente de 14 anos confessou, segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, que matou 13 pessoas –12 nos últimos cinco meses. O primeiro homicídio teria ocorrido quando o adolescente tinha 12 anos.
O menino diz integrar uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. Foi detido nesta terça-feira (15), em Serra (região metropolitana de Vitória).
Policiais da DRCCP (Divisão de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio) tentavam prender um grupo suspeito de praticar assaltos em Serra. O adolescente foi detido na casa de um suposto integrante da quadrilha, com mais dois adolescentes de 17 anos e um homem de 35 anos, foragido da polícia mineira. O adolescente morava com a avó.
Na delegacia, o adolescente disse ao delegado Danilo Bahiense, chefe da DRCCP, ter entrado para o tráfico de drogas aos 12 anos. Afirmou ter participado de um assalto e cometido 13 homicídios, sempre a mando de traficantes.
"Ele disse que matou a primeira pessoa com 15 tiros em 2006, quando tinha 12 anos", afirmou. Segundo Bahiense, o adolescente afirmou que sempre olhava nos olhos das vítimas, a maioria relacionada ao tráfico. "Nunca fez pelas costas. Ele contou tudo de maneira fria", disse.
Para o delegado, a confissão é verdadeira. "Estamos vendo que os homicídios relatados por ele realmente ocorreram. Ele inclusive trouxe a reportagem de um jornal local sobre o último assassinato, em que ele matou um homem com 11 tiros com uma pistola 45", disse.
Para Júlia Deptulski, conselheira do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), a polícia precisa investigar a veracidade do depoimento. "Se o adolescente já está altamente envolvido com o tráfico, até que ponto ele cometeu esses crimes? A vida dele está comprometida com o tráfico e pode ter confessado por alguém", disse.
De acordo com Bahiense, a maioria dos assassinatos foi a mando do traficante Betinho, suspeito de comandar, do Paraguai, o tráfico no Estado.
Os adolescentes apreendidos foram encaminhados nesta quarta-feira a uma unidade de internação provisória, onde devem ficar por 45 dias.
O menino deve cumprir medidas socioeducativas por tráfico de drogas e homicídios. A internação deve durar, no máximo, três anos. Depois, ele deve cumprir outras medidas em regime aberto.
O adolescente, segundo Bahiense, ainda não tem advogado.