Adilson Gomes formalizou denúncia à Ordem.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas (OAB/AL), Gilberto Irineu, recebeu na manhã desta sexta-feira (25), Adilson de Omena Gomes, de 29 anos, que foi preso por engano, por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), durante operação deflagrada na quinta-feira, 24.
Segundo Adilson Omena, sua residência foi invadida por quatro homens do Bope. “Eles quebraram o cadeado, quebraram a porta da frente, do quarto e reviraram minha casa. Não encontraram nada, mas mesmo assim me levaram preso”, explicou.
Ainda de acordo com Adilson, sua filha de 2 anos ficou traumatizada. “Minha filha não pára de chorar. Eu vou ter que mudar de casa com medo de ser assassinado ou de acontecer outra invasão”, revelou.
Ele foi apresentado à imprensa como integrante de uma quadrilha envolvida em homicídios, latrocínios e tráfico de drogas na Região de Riacho Doce e Ipioca. “Me apresentaram como bandido. O constrangimento foi muito grande. Eu sou um homem de bem, nunca me envolvi com nada errado. Tanto é que o delegado me soltou no final da tarde”, desabafou.
A denúncia foi formalizada ao presidente da Comissão de Direitos Humanos, que irá pedir a abertura de uma sindicância para investigar o caso. “A OAB vai encaminhar a denúncia para a Corregedoria e para o Ministério Público. Também será expedido ofício ao secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, e ao comandante do Bope, Major Marcos Sampaio”, explicou Irineu.
“A OAB defende todas as operações, mas fazer operação só por fazer, não justifica. Elas devem ser cidadãs, com respeito à sociedade e dentro da legalidade”, desabafou.