Deputados condenam ação do Bope

Os deputados Judson Cabral (PT) e Jéferson Morais (Democratas) condenaram o ato praticado pelos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, contra os servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Alagoas, que estão em greve há 23 dias, por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Na manhã desta quinta-feira, 31, dezenas de policiais do Bope, que foram acionados pela diretoria do Detran, atiraram bombas de efeito moral contra os trabalhadores, que desde o início da semana estão ocupando o prédio-sede do Detran. Durante a ação policial, vários funcionários do órgão e jornalistas que estavam cobrindo a manifestação, ficaram feridos ao serem atingidos pelos estilhaços das bombas.

“Achei um pouco abusiva a ação dos policiais. Não havia necessidade. Houve por parte do Bope uma atitude imprudente, contra um protesto pacífico dos trabalhadores. Isso precisa ser apurado com rigor, porque num momento em que estamos nos esforçando para combater a violência, o próprio organismo que deveria coibir essa questão, age de forma intransigente”, observou o petista Judson Cabral, cobrando providências do governo do Estado.

Cabral disse que esteve no Pontal da Barra, onde o episódio ocorreu, e pode constatar que no local que ainda havia algumas pessoas com seqüelas da ação policial. “Conversei com o capitão, que estava no comando do Bope e ele me disse que aquilo era normal, e que a ação foi necessária”, contou o petista. “Eu, como membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, acredito que a polícia foi feita para garantir integridade e não para promover atos de violência”, ressaltou Cabral, complementando que esses excessos devem ser combatidos com firmeza.

No que concorda o democrata, Jéferson Morais. Ele disse que o governador do Estado, Teotonio Vilela Filho, precisa urgentemente conversar com os trabalhadores do Detran, para que estes tipos de confrontos não tornem a se repetir. “Achei lamentável. Não só pelos manifestantes, mas também pelos nossos colegas da imprensa que estavam ali, trabalhando e foram atingidos pelos estilhaços das bombas. Acredito que o comandante da PM (Deraldo Barros) adotará as providências que o caso requer”, disse Morais.