Em entrevista coletiva, Élcio Tenório, presidente do Detran, se defende de acusações e solicita ao Governo do Estado que realize uma auditoria no órgão, com a participação do Ministério Público.
Diretor-presidente do Detran – Élcio Tenório de Lima
Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira, 6, na sede do Detran, o diretor-presidente do órgão, Élcio Tenório de Lima endureceu o discurso com relação aos servidores em greve há cerca de um mês e disse que, caso as negociações não avancem nesta semana, na próxima a direção do órgão pode tomar medidas como a contratação de terceirizados e corte de ponto dos servidores grevistas.
Tenório reforçou que a proposta do Governo de conceder reajuste de 9,11%, com mais 8% para março de 2009 e 6,41% para o nível elementar. Ele disse que a proposta não foi aceita pela categoria, que pede reajuste salarial de 28% e a reestruturação do órgão, com a redistribuição de cargos comissionados.
“Ano passado os servidores tiveram um aumento de 28%. Agora não há dinheiro em caixa”, disse o presidente, pedindo que os servidores usem o bom-senso e o respeito pela sociedade e voltem ao trabalho.
Além de anunciar as medidas, Tenório aproveitou a coletiva para desmentir o que ele classificou de inverdades que estavam sendo divulgadas a respeito do órgão e de sua gestão. Tenório se defendeu da acusação de que praticava nepotismo, alegando que Romeu Holanda, citado como sendo seu sobrinho, é apenas primo de sua esposa. “Nunca pratiquei nepotismo em nenhum cargo pelo qual passei”, afirmou.
Sobre os problemas estruturais na sede do Detran, o presidente disse que a parte da perícia já tem sede nova, em frente ao Tribunal de Contas do Estado, na Avenida Fernandes Lima, e que a mudança ainda não aconteceu devido a greve dos servidores. “As demais instalações são precárias, mas dá para trabalhar. Há casos piores em outros órgãos”, justificou.
Com relação a sobra de R$ 5 milhões em caixa no Detran, Tenório confirmou o valor e disse que este será investido na nova sede e na modernização de aparelhos. “Depois de todas as acusações, peço ao Governo que realize uma auditoria isenta no órgão e convido o Ministério Público para participar. O Detran está de portas abertas”, finalizou.