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Maurren Maggi conquista segundo ouro para o Brasil

É a primeira medalha de uma mulher em esporte individual.

Terra

Marren Maggi entra ára a história dos Jogos Olímpicos

Sem a portuguesa Naide Gomes nem a russa Lyudmila Kolchanova na concorrência, a brasileira Maurren Maggi cumpriu o seu papel de grande favorita nos Jogos Olímpicos de Pequim. Na final do salto em distância, nesta sexta-feira, a atleta atingiu a marca de 7,04 metros, a melhor dela na temporada, logo no primeiro salto e conquistou a medalha de ouro por um centrímetro de vantagem sobre a russa Tatyana Lebedeva.

O feito da atleta, 32 anos, quebra mais tabus para o esporte brasileiro em Pequim. É a primeira medalha de ouro de uma mulher em esporte individual, além do País voltar a ocupar o lugar mais alto do pódio no atletismo desde a conquista dos 800 m por Joaquim Cruz em Los Angeles 1984.

Para a decisão desta sexta, Maurren teria que superar Lebedeva para ficar com o ouro. Isso porque enquanto a brasileira tem como melhor marca na carreira um 7,26 m, a rival cravara 7,33 m em 2004.

Lebedeva, contundo, havia alcançado até então a distância máxima de 6,97 m na primeira tentativa. A disputa foi até o último salto, quando a rival da brasileira causou nervosismo e saltou 7,03 m para ficar com o segundo lugar.

O bronze vai para a nigeriana Blessing Okagbare, que conquistou a vaga na decisão em cima da hora, era uma das candidatas mais fracas da disputa, mas fez sua melhor marca particular, com 6,91 m.

É a primeira medalha do atletismo em Pequim, defendendo a honra da tradicional modalidade que esteve perto de passar em branco em Atenas. Na Grécia, foi o bronze de Vanderlei Cordeiro de Lima no último dia de disputas que impediu um retorno completo de mãos abanando da delegação.

Fã de cozinha chinesa e dona de "Leão", ursinho de pelúcia que a acompanha em todas as competições, a saltadora brasileira confirmou as próprias expectativas. Com 14 medalhas olímpicas conquistadas (terceira modalidade em número de pódios no país), o atletismo só tinha homens medalhistas até hoje.

Determinada e confiante para a final, principalmente pela eliminação precoce das principais concorrentes, Maurren brilhou no Ninho de Pássaro. Foi uma das poucas a bater palmas e pedir apoio ao público. E ainda conseguiu melhorar sua vantagem para as rivais, já que entrou na disputa com a melhor marca do ano entre as finalistas (6,99 m), na etapa de São Paulo do Grande Prêmio Brasil de atletismo. As duas melhores marcas à frente eram, justamente, das eliminadas: 7,12 m para Gomes e 7,04 m para Kolchanova.

Experiente e de volta às competições, Maurren vê a volta por cima com o ouro, já que a ausência em Atenas 2004 foi uma das distâncias mais difíceis de serem superadas por ela. Com doping positivo constatado em 2003, às vésperas dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, a brasileira acabou suspensa por dois anos e cogitou a possibilidade de encerrar a carreira.

"Há males que vêm para bem", adiantara a brasileira, em entrevista ao Terra antes do início dos Jogos. A consciência de que poderia brigar por um lugar no pódio partiu de uma boa pré-temporada, realizada em Madri, na Espanha, e de um primeiro contato com a capital chinesa em 2001, quando ainda disputava os Jogos Mundiais Universitários.

Suspensa pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf) após ser flagrada em exame antidoping, em 2003, Maurren foi casada com o piloto Antônio Pizzonia, com quem teve uma filha, Sophia. Mais madura e experiente, um ano depois de retornar ao esporte, em 2007, ela levou a medalha de ouro no Pan do Rio de Janeiro e foi segunda colocada no Mundial Indoor de Valência, na Espanha.

Outra brasileira na disputa, Keila Costa alcançou 6,43 m, mas pecou pelo nervosismo na prova. A atleta queimou as duas primeiras tentativas, também pediu palmas ao público como Maurren, mas fecha sua participação em Pequim como a penúltima colocada, eliminada antes mesmo das rodadas finais.

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