Peixe venceu por 1x0.
Em grande noite de Fábio Costa, que parou o Botafogo no primeiro tempo, o Santos saiu com a vitória do Engenhão, por 1 a 0, neste sábado, e, além de estragar a festa do rival, que homenageava o ídolo Garrincha, escapou de vez da iminência de rebaixamento. Já a equipe de Ney Franco não conseguiu sair dos 46 pontos e deverá concentrar forças na Sul-Americana.
O clima de nostalgia que envolveu o clássico parece ter tido reflexo dentro de campo. Embora não tenham jogadores do mesmo nível de Garrincha, Nílton Santos, Pelé ou Pepe envergando suas respectivas camisas, Botafogo e Santos fizeram um primeiro tempo movimentado, emocionante e de alta qualidade técnica.
O dinamismo da partida, porém, não lembrou tanto a saudosa década de 60, quando ambos dominavam o futebol brasileiro. Naquela época, o futebol era mais cadenciado, mas nem por isso menos brilhante ou plástico. Cuevas, pelo Santos, e Carlos Alberto, pelo Botafogo, ditavam o ritmo de suas equipes, cada um à sua maneira.
A diferença fundamental era a proposta de jogo. O time dirigido por Ney Franco, jogando no Engenhão, procurou acuar o adversário, e até teve sucesso, sobretudo com as jogadas pelas laterais. Thiaguinho, que voltava ao time, esteve bem nos cruzamentos. Quem impediu o Glorioso de abrir o placar atendia pelo nome de Fábio Costa. O goleiro santista, que também retornava, fez ao menos três excelentes defesas.
Já a equipe de Márcio Fernandes apostava nos contra-golpes. Bem fechada, contava com a velocidade e inteligência de Bida, e dos estrangeiros Cuevas e Molina, que por muito pouco não puseram o Santos à frente do placar. Aliás, a defesa alvinegra esteve irreconhecível, ao ceder diversos chances ao rival, fora de seu costume.
Cada técnico teve de fazer uma mudança tática no time, por conta de lesões de Lucio Flavio, no Botafogo, e Cuevas, no Peixe. Entraram Zárate, que passou a ser referência, recuando Carlos Alberto e abrindo Wellington Paulista, e o jovem Róbson, respectivamente.
Tristemente, principalmente para os torcedores presentes ao estádio, a etapa complementar não lembrou nem de longe os 45 minutos iniciais, além de poder ter envergonhado grandes craques do passado. A criatividade, as boas jogadas e o dinamismo de ambas as equipes sumiu. O que se viu foram excessivos erros de passes.
Aborrecidos, os técnicos Ney e Márcio tentaram mudar a forma com a qual as equipes jogavam. No caso do alvinegro, a alteração foi efetiva. Saiu Wellington Paulista, e entrou Lucas Silva. Mas quem abriu o placar foi o Santos.
Em jogada isolada, Molina enganou a todos, até mesmo a Renan, ao bater falta ao lado da área direta para o gol: 1 a 0 Santos. Como uma última cartada, Ney Franco tirou Carlos Alberto para a entrada de Marcelinho, que pouco fez. Sem muitas opções, e enfrentando um adversário, à essa altura, muito retrancado, o Botafogo ficou mais longe da vaga para a Libertadores.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 0 X 1 SANTOS
Estádio: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 18/10/08, às 18h20
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (FIFA/RS)
Assistentes: Roberto Braatz (FIFA/PR) e Carlos Berkenbrock (SC)
Renda/público: R$ 193.852 / 20.634 pagantes
Cartões amarelos: Renato Silva e Andre Luis (BOT); Domingos, Wendel e Roberto Brum (SAN)
GOLS: Molina, 26’/2ºT (0-1)
BOTAFOGO: Renan, Thiaguinho, Renato Silva, Andre Luis e Triguinho; Diguinho, Túlio, Lucio Flavio (Zárate, 30’/1ºT) e Carlos Alberto (Marcelinho, 33’/2ºT); Jorge Henrique e Wellington Paulista (Lucas Silva, 24’/2ºT) – Técnico: Ney Franco.
SANTOS: Fábio Costa, Wendel, Adaílton (Fabão, 25’/2ºT), Domingos e Kléber; Rodrigo Souto, Roberto Brum, Bida (Pará, 43’/2ºT) e Molina; Lima e Cuevas (Róbson, 41’/1ºT) – Técnico: Márcio Fernandes.