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"Caso Eloá servirá para aperfeiçoar ações policiais"

Afirmação é do Minsitro da Justiça.

Folha Online, em Brasília

Sem mencionar o governo do Estado nem a ação policial, o ministro Tarso Genro (Justiça) disse nesta terça-feira que o desfecho do seqüestro de Eloá Cristina Pimentel,15, morta após ser mantida em cárcere privado pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, 22 deve servir para aperfeiçoar as ações técnicas.

"É uma avaliação de natureza técnica. Cada conflito dessa natureza deve ser utilizado para melhorar suas técnicas de trabalho, mas em relação ao conflito específico não há pertinência de me manifestar", afirmou Tarso, após reunião com policiais civis em greve em São Paulo.

Esquivando-se de comentar sobre eventuais erros cometidos durante a ação policial relacionada ao caso, Tarso lembrou que há uma série de métodos e treinamentos que podem ser acessados, de acordo com o comando da segurança.

"Nós temos evidentemente métodos e treinamentos adequados que cabe à autoridade estadual acessar ou não, de acordo com suas necessidades e visão de polícia", disse o ministro.

Eloá foi mantida em cárcere privado, por mais de cem horas, por Alves. A amiga Nayara, também de 15 anos, também passou pelo cativeiro. O rapaz estava inconformado com o fim do namoro de três anos com a garota.

No desfecho do caso, Eloá foi baleada na cabeça e na virilha e a amiga foi atingida por um tiro na boca. Nayara foi operada e passa bem. Ela receberá alta na quarta-feira (22).

Todos os disparos foram feitos por Alves, segundo a polícia. A PM afirma que decidiu invadir o apartamento na noite de sexta após o rapaz atirar.

De acordo com Tarso, as ações em conjunto da União, Estados e prefeituras já estão em curso em vários locais, mas o governo de São Paulo ainda não aderiu aos programas. "O Pronasci [Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania] está muito bem acolhido pelas prefeituras, o governo do Estado, por razões que certamente são respeitáveis ainda não se moveu à rede nacional de altos estudos nem à bolsa formação, portanto, é uma questão limitada", disse ele.

Cuidadoso sobre a comoção provocada pela morte de Eloá, Tarso evitou se manifestar pessoalmente sobre o assunto. "Qualquer análise apressada de um conflito dessa natureza pode parecer algum tipo de provocação, isso deve ser abordado de maneira técnica. Não devo [entrar em polêmica] com o governador Serra", disse ele.