Um desentendimento entre o delegado Janderlyer Gomes e os advogados de Fábio Ferrario e José Fragoso terminou com ameaça de prisão e com a recusa dos advogados em assinar o depoimento de Rogério Farias.
Os ânimos se acirraram no final da manhã desta quarta-feira, 22, na Superintendência da Polícia Federal em Jaraguá, durante o depoimento do prefeito de Porto de Pedras, Rogério Farias, que foi indiciado na Operação Voto Nulo, ao delegado responsável pelo inquérito, Janderlyer Gomes.
Um desentendimento entre o delegado e os advogados de defesa Fábio Ferrario e José Fragoso terminou com ameaça de prisão por parte de Gomes e com a recusa dos advogados e de Farias em assinar o depoimento.
Em entrevista ao Alagoas24horas, Fábio Ferrario disse que tudo transcorria normalmente até que o delegado impediu-os de manusearem documentos supostamente apreendidos na residência de Farias. “Pedi que constasse em ata a recusa e então o delegado voltou atrás e nos deixou olhar os documentos”, disse.
O advogado afirmou que Farias negou conhecer os documentos, que eram fichários com eleitores referentes a 2000 e que, no momento que ele foi fazer a anotação de um nome e uma data, Gomes disse que ele seria investigado por essa conduta.
“Eu protestei e pedi que constasse o meu protesto em ata, mas ele não aceitou. Quando o José Fragoso interveio, afirmando que ele tinha que colocar o protesto na ata, o delegado disse que nos daria voz de prisão por desacato”, disse Ferrario, acrescentando que saíram da sala sem assinar o depoimento.
“Nem nos tempos das trevas um advogado era impedido de fazer anotações sobre um inquérito. O que aconteceu foi uma intimidação, uma violação de prerrogativas e vamos levar o caso à OAB”, afirmou.
O delegado Janderlyer Gomes disse que o desentendimento aconteceu porque os advogados quiseram tumultuar. Segundo ele, Ferrario e Fragoso deveriam apenas acompanhar os clientes e não consignar informações para o inquérito.
Janderyer disse ainda que a PF não tem obrigação de fornecer os materiais apreendidos e negou que tivesse mandado prender os advogados.
(Atualizada às 18h)