Intenção é evitar traumas ainda maiores para Nayara.
Do Diário do Grande ABC
Os peritos do Instituto de Criminalística devem dividir a reconstituição do cárcere privado que terminou com a morte da Eloá Cristina da Silva, 15 anos, em duas partes. A intenção é evitar traumas ainda maiores para Nayara Rodrigues da Silva, que ainda se recupera dos dias em que ficou refém de Lindemberg Alves no apartamento do CDHU no Jardim Santo André.
A primeira começará a ser retratada a partir do momento da entrada da polícia no apartamento até o desfecho do caso. Posteriormente, deve ser marcada nova reconstituição para verificar se houve ou não um tiro que teria provocado a entrada dos policiais no apartamento.
Neste dia, peritos devem efetuar disparos dentro do imóvel e analisar se havia a possibilidade de o tiro ter sido ouvido pelos moradores que afirmaram ter escutado barulho semelhante antes da invasão do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais).
A reconstituição do crime deve acontecer possivelmente na próxima quinta-feira ou, no máximo, no início da outra semana.
Serão convocados os cinco policiais que participaram da ação, Lindemberg e Nayara, considerada testemunha chave para a encenação. Se algum dos envolvidos não compareçer, sua participação será encenada por outra pessoa.
Laudos – O Instituto de Criminalística de Santo André entregou na noite de sexta-feira os primeiros laudos sobre o caso.
O revólver calibre 32 entregue à perícia tem marcas das impressões digitais de Lindemberg, está funcionando normalmente e foi usado recentemente.
Agora, só falta um laudo do Setor de Balística para comprovar que os três projéteis retirados dos corpos das vítimas foram mesmo efetuados por ele.
As armas dos cinco policiais do Gate também foram analisadas e constatou-se que somente uma delas – uma espingarda calibre 12 – foi utilizada no momento da invasão. Foi efetuado apenas um disparo que resultou na saída de três balas de borracha que atingiram uma das paredes da sala e desviaram para uma porta de plástico que dá acesso à cozinha do apartamento.
Até um papel com uma mensagem em que Eloá estaria assumindo a culpa pela morte dos amigos, escrita no primeiro dia de cativeiro, foi examinada pela perícia sendo comprovado que a letra era mesmo da adolescente que teria sido obrigada pelo ex-namorado a escrever a carta.