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Vascaínos e rubro-negros unidos

Um luta para cair o outro pelo título.

Rio – Júnior e Roberto Dinamite formam dupla afinada no samba, mas no futebol nem sempre foi assim. Quando eram jogadores de Flamengo e Vasco, eles não tocavam no mesmo ritmo, estavam longe de ser amigos. Há 15 anos, começaram a estreitar os laços, reunir as famílias para almoços, curtir batucadas pelo Rio. Mas hoje, em vez de rodada de chope, os dois estarão ligados na rodada do Brasileiro.

O Flamengo precisa vencer o Cruzeiro; o Vasco tem que bater o líder São Paulo, o que ajudaria o time da Gávea a manter vivo o sonho do título. “O Vasco precisa usar mais a cabeça do que os pés. Se eles forem de peito aberto correrão riscos”, acredita Júnior.

Sobre a situação do Flamengo, Júnior recorda o ano de 92, quando ele comandou o time na conquista do pentacampeonato, também tendo que torcer pelo Vasco diante do São Paulo. “A forma de disputa era diferente, mas o discurso era o mesmo. O time é o culpado por ter que torcer por outros times. Tínhamos que fazer nossa parte. Somente assim, não ficaríamos choramingando”, destaca Júnior, que brinca sobre os dotes musicais de Dinamite: “Ele aparece no samba e toca um tamborinzinho sem-vergonha”.

Roberto se defende. “Esse Júnior não é fácil! Mas é um grande parceiro. Nossas esposas se dão muito bem”, revelou Dinamite.

O dirigente-sambista admite não ser lá um expert no banjo, como sugere a foto com o amigo e ex-rival do Flamengo. “Me garanto mais tocando um tantan. O risco é menor de atravessar a música”, brinca o presidente do Vasco.

O dirigente só espera que o time de Renato Gaúcho não desafine no decisivo jogo de hoje, contra o São Paulo, na Colina. “A torcida está fazendo a sua parte, comprou todos os ingressos e vai apoiar os jogadores. Essa vitória será fundamental para respirarmos no campeonato”, acredita Roberto. Resta saber quem vai sambar nessa história.

O DIA/RJ